Galeria Ipê / 7 de abril |
Antes da autorização definitiva para a construção do
edifício, o diretor responsável pela secretaria de Obras, atendendo ao pedido
do diretor da “Urbi”, solicitou que o plano de ligação de toda a galeria, de
rua a rua fosse apresentado.
Nele deveria constar o projeto dos térreos dos dois
edifícios, com todas as alterações necessárias e o acordo de conservação da
servidão para que a galeria fosse aprovada, “ou pelo menos, medidas que
garantam a função principal da mesma, que no caso seria a ligação das ruas 7 de
abril e Braulio Gomes, mediante um termo de escritura pública em que fique
estabelecido que no caso da rescisão prevista (...) serão canceladas as
licenças para as lojas e exigida a modificação de acordo com os dispositivos da
legislação vigente (...)”
É iteressante notar a atuação da Administração Pública em
casos como este, de relevância para o comércio local, mas não previsto em lei.
O departamento de Urbanismo, que contava com figuras atuantes nas discussões
sobre o desenvolvimento da cidade, preocupado em manter público o uso dessas
artérias entre as quadras, propõe que primeiro se faça um acordo entre as
partes envolvidas garantindo a realização do projeto e a sua abertura para a
cidade, antes que este fosse aprovado. Esta foi a forma encontrada pela
municipalidade para preservar a ideia inicial das galerias comerciais como
espaços de uso e circulação contínua de pessoas.
Em resposta a essa exigência, Plínio Croce e Aflalo
desenvolvem um estudo completo para a galeria, prevendo a reforma do Instituto
da Previdência e a nova sugestão para o edifício em processo de aprovação.
Poucas mudanças foram feitas no porjeto já desenvolvido, apenas o café foi
retirado da área do edifício novo e recolocado no térreo do Instituto, além da
construção de mais sete salas. Os acessos às torres de escritórios continuaram
independentes, bem como as áreas de sanitários e apoios. A galeria, livre de
obstáculos e contínua entre as duas quadras, tornou-se maus uma artéria de
distribuição do comércio e do fluxo dos pedestres pelo Centro Novo. No final do
mesmo ano o habite-se foi expedido e a galeria pode ser inaugurada.
Bibliografia:
Aleixo, Cynthia Augusta Poleto – Edifícios e Galerias Comerciais Arquitetura e
Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 – Tese de Mestrado – Escola de
Engenharia de São Carlos.