quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Grandes hotéis e a arquitetura moderna brasileira da década de 40.

Importantes arquitetos contribuíram para a solução dos hotéis nas grandes cidades brasileiras. O que segue é um pequeno recorte que esclarece alguns aspectos deste percurso. O encontro da arquitetura moderna com a produção hoteleira foi um encontro tímido e no início muito restrito. Poucos eram os projetos de hotéis e poucos eram os arquitetos que se dedicavam aos projetos hoteleiros. No entanto, a partir dos anos 40, com o crescimento das cidades e a necessidade de modernização do setor, esta relação mudou e os projetos começaram a aparecer no cenário brasileiro sendo divulgados através de concursos e artigos das principais revistas da época.
Hotel Quitandia - Petrópolis -RJ
Em 1940, Oscar Niemeyer fez o projeto do Grande Hotel de Ouro Preto. Conforme descrição de Bruand: “tratava-se de construir, no centro da capital da antiga capitania de Minas Gerais, um edifício moderno, que correspondesse às necessidades do turismo”... Niemeyer mantinha a ideia de uma edificação francamente moderna não só pela técnica, como também pelos aspectos internos e externos...
Em 1944 foi a vez de Lúcio Costa apresentar o belíssimo Hotel do Parque São Clemente, em Nova Friburgo. O projeto como descreve novamente Bruand é: “uma obra marcante uma magnífica demonstração das possibilidades de uma arquitetura contemporânea livre de todo complexo ou preconceito em relação ao passado... o hotel Parque de São Clemente é integralmente moderno tanto no espírito quanto no tratamento”...
No mesmo ano, os irmãos Roberto apresentaram o projeto para a Colônia de Férias na Tijuca.
Do ponto de vista econômico, a década de 40 foi um momento de grande desenvolvimento da hotelaria brasileira. Naquela época foram construídos grandes hotéis/cassino como o Parque Balneário, em Santos, o Grande Hotel de Poços de Caldas, o Grande Hotel São Pedro, e o Quitandinha, em Petrópólis. Com a proibição do jogo em 1946, a hotelaria voltou a atender exclusivamente o setor de negócios e teve um crescimento pouco significativo até meados da década de 50.
A demanda pela produção hoteleira mostrou-se, nos anos 50, uma temática que rompeu as pranchetas dos grandes arquitetos e encontrou nas pranchetas das Faculdades de Arquitetura um repertório vasto para o uso de novas técnicas e posturas estéticas.
Em 1951, Oscar Niemayer realizou o projeto de um Hotel em Diamantina, um exemplar arrojado da arquitetura moderna onde o uso de pilotis em forma de “V” representou uma inovação estrutural como também na concepção das fachadas. Ainda em 1951, Henrique Mindlin apresentou na Revista Arquitetura e Engenharia o projeto de um hotel de luxo na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. A solução laminar adotada neste projeto seria novamente utilizada  pelo arquiteto em projeto da mesma época para o Hotel Copan em São Paulo, projeto não realizado.

Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)