quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Automóveis, hotéis e o Plano de Avenidas do embelezador Prestes Maia

Ao falar do crescimento do número de automóveis na vida urbana da metrópole não poderíamos deixar de mencionar a importância do Plano de Avenidas para a expansão da cidade nos anos 40/50 e a sua contribuição para a expansão do setor hoteleiro.
O Plano de Avenidas elegia o sistema viário como o direcionador do crescimento da cidade. O Plano, embasado na criação de vias perimetrais e radiais, tornou a cidade um organismo fluído e, sobretudo vivo. A cidade de São Paulo, no século XX acumulou uma grande quantidade de planos urbanísticos, no entanto a grande dificuldade  de implantação destes planos foi que estes tiveram que se confrontar com a cidade existente.
Trecho inicial da Av: Nove de Julho
A cidade se contrapunha à estagnação dos séculos anteriores. Avenidas como a Ipiranga e Nove de Julho. É deste período a conclusão da avenida Nove de Julho e o alargamento do perímetro de irradiação concebido para desafogar o centro: Senador Queiroz, São Luiz, Ipiranga, o prolongamento das avenidas Paulista e Pacaembu e o alargamento da Avenida São João.
As avenidas Ipiranga e Nove de Julho receberam incentivos de desenvolvimento e tornaram-se polos atrativos na nova malha urbana, enaltecida pelo automóvel.
A maioria dos hotéis que se instalaram na cidade, nos anos 50, estava localizado nos eixos da Avenida Ipiranga e Nove de Julho.
No eixo da Avenida Ipiranga destacamos os hotéis: Excelsior, Marabá, Terminus, Copan e Hilton. No eixo Nove de Julho o destaque recai sobre os hotéis: São Paulo, Cambridge e Paris.
O Plano de Avenidas, além de concretizar a abertura e o alargamento de dezenas de avenidas ocasionou a demolição de um grande número de construções, gerando uma escalada nos preços dos terrenos em seu entorno. Neste contexto a especulação imobiliária foi um fator que não pode ser desprezado na construção de novos edifícios. A intenção era clara: modernizar. Prestes Maia era um apaixonado pelo embelezamento da cidade e interessou-se em dar a São Paulo a dimensão que acreditava ser digna de sua importância no quadro nacional.


Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)