Na Rua da
Consolação, onde foi o antigo Cine Odeon, foi projetado um grande conjunto
arquitetônico com mais de 96 mil metros quadrados de construção para lojas e
hotel contendo quatro subsolos, andar térreo, 2 andares de sobrelojas, um andar
social para o hotel, um andar ajardinado e 32 andares para 1.230 apartamentos.
O projeto
previa completa infraestrutura nos subsolos com lavanderia, confeitaria, adega,
dispensa, cozinha, refeitório para empregados, telefônica e outros serviços.
Estava ainda
prevista a construção de 44 lojas no térreo, com mezanino, 192 unidades nas
duas sobrelojas e um grande hall para o hotel com cerca de 650m quadrados.
“Pela sua localização, na rua da Consolação, que será a avenida mais larga de
São Paulo e pela grandiosidade de suas
proporções, este hotel torna-se-a um ponto de atração turística internacional e
um ponto de convergência dos homens de negócios de todo mundo.”
A grande
inovação do projeto seria o heliponto, destacado na época como “inovação futuramente
necessária para plena utilização dos recursos e comodidade do uso.”
O partido
adotado de duas lâminas em ângulo reto possibilitou a visão total para todos os
apartamentos. O edifício seria um belo conjunto de três grandes blocos
interligados por um ajardinamento na base do segundo bloco. O recuo da grande
lâmina de 26 andares, recurso já utilizado pelo arquiteto no Edifício Nações
Unidas, criaria um maior espaço entre os volumes e leveza ao edifício.
A
sobreposição dos volumes e o tratamento distinto de cada um seria o grande
marco deste projeto.
O projeto
previa a utilização de esquadrias de alumínio, caixilho de ferro para as
esquadrias basculantes dos banheiros e pastilhas esmaltadas coloridas.
Arquiteto
Abelardo de Souza. Importante arquiteto da arquitetura moderna paulistana,
Abelardo soube, como poucos, unir as técnicas disponíveis com projetos belos
para a cidade. Radicou-se em São Paulo desde 1939 e aqui desenvolveu sua obra.
Com destaque para o edifício Nações Unidas, na Avenida Paulista, em 1953.