quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Uso de obras artísticas na parte pública dos hotéis.

A atividade artística era crescente na cidade desde os anos 20 e a ausência de espaços específicos ocasionava uma grande improvisação de locais destinados à exposição dos grandes artistas. Novos espaços de exposição surgem, outros são improvisados em hotéis, livrarias, casas comerciais e até cinemas junto à área do triângulo central da cidade.
No final dos anos 40, com a criação dos Museus de Arte, o MASP foi inaugurado em 1947, à cidade assumiu sua veia artística e incorporou grandes obras de arte e seus novos edifícios.
A presença de escultores e pintores convidados a compor os novos projetos era marcante. A síntese das artes estava presente na produção hoteleira paulistana.
Hilton Hotel Av: Ipiranga - SP
A arquitetura, como arte-mãe agregava as demais formas artísticas do período. Destacavam-se neste aspecto os hotéis Comodoro e Jaraguá, ambos com importantes painéis de Potinari e Di Cavalcante, respectivamente.
Fato relevante foi o crescimento da indústria de móveis e equipamentos específicos. A fabricação de móveis deixava a escala artesanal ou a importação e ganhava a escala industrial nacional. À medida que os novos edifícios pontuavam no cenário paulistano, a indústria de móveis e decoração ganhava espaço na mídia e era valorizada pela sociedade. Era a valorização das artes decorativas, um importante fator que ocorreu no início do século na Europa e que neste período ganhou raízes na indústria paulistana.
Os hotéis estavam ligados ao processo de crescimento econômico e à expansão urbana da cidade e instalavam-se junto aos principais espaços e intervenções que ocorreram em meados do século XX.
Nesta fase, a maioria dos hotéis estava concentrada em duas áreas da cidade.
A primeira área, localizada no eixo Luz-República, era muito valorizada na cidade, sobretudo após a remodelação da Avenida Ipiranga tornando-se um grande boulevard. A segunda área, recém-inaugurada era a região da Praça da Bandeira – Av Nove de Julho, uma das mais importante ligações Norte-Sul da cidade.
Havia uma crescente exploração do lote urbano e da sua relação com as principais vias de acesso que surgiam na metrópole. O principal exemplo desta relação era o caso dos projetos de esquina. O lote urbano teve grande influência na configuração dos edifícios. De maneira audaciosa, muitos deles refletiram no partido arquitetônico adotado por suas edificações. Os hotéis São Paulo, Terminus, Inca, Brasilar, Esplendor, Othon, Jaraguá e Hilton ilustram esta relação do edifício com a cidade.


Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)