sábado, 3 de agosto de 2013

Os hotéis rumam para o Novo Centro

Pela primeira vez o eixo hotelaria se deslocou definitivamente rumo ao Centro Novo e se consolidou nas proximidades de um elemento cultural e não dos principais acessos da cidade.
Esta experiência e necessidade da cidade de vincular a hospedagem a um fator cultural foi consolidada posteriormente pela arquitetura dos anos 40 e 50 com a integração dos hotéis aos equipamentos culturais, como cinemas, teatros e galerias.
Desta forma, o Teatro Municipal foi um marco para a vida paulistana. Ao redor uma nova cidade foi erguida, com novos espaços de convivência para uma sociedade faminta por uma vida urbana.
O projeto do teatro Municipal e do Hotel Esplanada foi, segundo Rolnik, um investimento milionário para a sua época. Foi o ponto alto de uma série de intervenções na área central, que além de melhorar o tráfego e acesso, produzir um novo produto cultural para a cidade.
Edifício Martinelli
Na década de 20 ocorreu a inauguração do luxuoso Hotel Terminus (localizado na atual Prestes Maia, onde está construído hoje o Edifício da Receita Federal) com mais de 250 quartos. Este hotel foi palco de encontros do grupo modernista que realizou a Semana de Arte Moderna de 1922, o Teatro Municipal.
Outro marco da arquitetura paulistana, o Edificio Martinelli, abrigou o Hotel São bento. Este buscava atingir a faixa de novos homens de negócios, estrangeiros e viajantes que vinham do interior e que até então não tinham muitas opções na cidade.
O moderno o Hotel Esplanada (atual sede do grupo Votorantin), inaugurado em 5 de março de 1923, foi projetada por Viret e Momorat e possuía 250quartos. Os arquitetos responsáveis já tinham obras premiadas em Paris e foram também os autores do projeto do Hotel Capacabana no Rio de Janeiros.
O edifício paulista constituía um belo exemplar da arquitetura eclética e disputava com o vizinho teatro municipal os elogios da época. Os seus detalhes arquitetônicos impressionam revelando o elaborado tratamento das fachadas. O hotel Esplanada por sua localização e refinamento arquitetônico, logo se tornou ponto de encontro da elite paulistana.

Bibliografia: Monteiro, Ana Clara Alves – Os Hotéis da Metrópole (1940 – 1960)