domingo, 28 de setembro de 2014

Mudando o traçado do centro novo da cidade. Construindo uma nova cidade.

Ainda no início do século XX, implantaram-se os primeiros edifícios altos da região do Centro Novo. Dentre eles, estavam o Hotel Esplanada (1920-1923) com sete pavimentos no Vale do Anhangabaú, e o Prédio Glória, próximo a rua Barão de Itapetininga. Em 1936, foi desapropriada a Chácara Sousa Queiroz, na rua São Luiz, para a construção da Biblioteca Municipal.
Shopping Ligth - Rua Xavier de Toledo
Outra intervenção do período foi a abertura da rua Marconi por uma operação privada. “Os herdeiros de Walter Seng, resolveram criar, em um grande terreno entre as ruas Sete de Abril e Barão de Itapetininga, ponto mais valorizado do centro novo, uma via que atraísse os usos comerciais mais prestigiosos da cidade”.
Para esta nova via, assim como para a rua Xavier de Toledo, o ato nº 1.366, de 19 de fevereiro de 1938, em seu artigo segundo, determinava que as fachadas deveriam se subordinar às linhas arquitetônicas. Sendo que na rua Xavier de Toledo, assim como na avenida São João, Rua D. José de Barros, Barão de Itapetininga e Conceição, não era possível construir com menos de quatro pavimentos, conforme escrito nas diretrizes do Código Arthur Saboya. Iniciava-se, assim, um período de forte incentivo à verticalização.
Segundo Castello branco (1989), a partir de 1938, a construção de terrenos da rua Marconi seguiu ritmo acelerado, estando em 1943 todos os lotes ocupados. O edifício São Manoel (1937), localizado à rua Marconi, nº 138, esquina coma rua Barão de Itapetininga, foi o primeiro edifício construído nessa rua. Projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon, tinha quatorze pavimentos. Além deste, os edifícios Francisco Coutinho (1938), Anhumas (1938) e Ernesto Ramos (1940) foram projeto e construção de Pilon em parceria com o engenheiro Francisco Matarazzo Neto., que funcionou de 1934 a 1940. Nesse período, a Pilmat realizou quatorze obras; quatro edifícios residenciais, oito comerciais e de serviço, uma residência e a obra da Biblioteca Municipal de São Paulo.
Em 1940, Pilon fundou seu escritório individual que no período de funcionamento, entre 1940 e 1962 realizou 187 projetos.
Em poucos anos, pos principais empreendimentos imobiliários e comerciais da cidade iriam acontecer nesta região da cidade que passava por fortes transformações espaciais derivadas das obras de execução do Perímetro de Irradiação do Plano de Avenidas. Tendo como enfoque principal a questão viária, este Plano propôs uma nova organização para a cidade.
Com a abertura das novas vias, o Centro Novo ganhou destaque maior na dinâmica urbana e a área transformou-se em foco de interesse para novas construções. Prestes Maia se utilizou desta ideia para induzir o desenho da paisagem urbana desta área ao modificar a legislação existente.


Bibliografia: Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)