quinta-feira, 23 de junho de 2011

Rua 24 de maio

São Paulo de outrora, Evocação da metrópole-Moura Paulo Cursino

A 24 de maio de 1866, aconteceu uma das mais duras batalhas, que mencionam os militares da América meridional. Travou-se m Tuiuti perto do acampamento entrincheirado de Rojas, donde os paraguaios saíram com todo o seu poder de fogo. A vitória foi nossa, ficando mortos no campo número de inimigos superior a três mil.Rua 24 de maio

O general Osório, então já nomeado Barão de Herval, sentindo-se enfermo, retirou-se da campanha e passou o comando do exército ao marechal de campo Polidoro da Fonseca Quintanilha Jordão, depois Visconde de Santa Teresa, que assumiu a 15 de julho.

Abatalha de tuiuti foi, efetivamente, a mais completa realização militar na guerra contra Lopez, e tanto que teria posto fim às hostilidades, se o general em chefe do exército aliado, Mitre, tivesse concordado com a dercisão do general em chefe do exército brasileiro Osório. Este, disciplinado como era, apesar dos seus galões na hierarquia militar, não contrariou a opinião do general argentino, comandante de todos os exércitos em luta, em virtude do tratado de aliança. Se o tivesse contrariado as ordens e perseguido os retirantes em território paraguaio, teria infligido derrota completa e irremediável, teria posto fim a guerra, teria antecipado de quatro anos a empolgante tragédia que só se consumou em 1º de março de 1870. Mas, a estratégia do grande militar argentino, apoiada, não há dúvida, na boa fé e na prudência, evitou a audaciosa e estupenda arremetida que Osório, possuído do fogo do ideal, sonhou realizar, num repente, para a conquista do galardão da vitória. Da recusa ao sonho do mais extraordinário guerreiro do Paraguai, veio toda conseqüência de males , de privações, de vidas tombadas, do sacrifício da nação, em quatro anos a mais de guerra, guerra que atrasou de 30 anos o progresso do Brasil.

O general Osório se retirou do campo da luta por briga entre ele e Mitre, por causa de Tuiuti. Para ele, Osório, a guerra estava terminada. Retirava-se e os outros que brigasse. Aqueles que tinham prazer em derramar sangue dos próprios patrícios e dos vizinhos.

domingo, 19 de junho de 2011

Rua Conselheiro Cripiniano

A rua recorda e perpetua esse nome respeitabilíssimo gravado na placa azul, lido por São Paulo inteiro diariamente, num trecho curto da via pública, perambulando por um milhão de haConselheiro Crispiniano 1900bitantes.

Oriundo de estirpe humilde, João Crispiniano Soares nasceu a 24 de julho de 1809 na vilinha de Guarulhos, foi o Conselheiro Crispiniano um dos mais privilegiados filhos na própria terra.

Não lhe faltou inteligência, nem honorabilidade, nem compostura, nem patriotismo. Nada lhe faltou. Reuni em si, um homem de governo tanto predicado conjunto, é privilégio máximo.

Iniciou a sua vida servindo em empregos secundários na Tesouraria da Fazenda. Com grandes dificuldades matriculou-se na Faculdade de Direito, tornando-se logo um dos mais distintos alunos e merecendo, no seu 3º ano um prêmio de mérito literário. Bacharelou-se em 1834 e defendeu tese em 1835, conquistando o título de doutor. Em 1836 foi nomeado professor da mesma Faculdade, lecionou Prática até ser escolhido para reger a cadeira de Direito Romano, em que muito se distinguiu pela sua vasta cultura jurídica. Fora da Academia também exerceu brilhantemente vários cargos. Foi inspetor da Tesouraria, delegado de Polícia e juiz municipal suplente. Em 1854 presidiu a Província de Mato Grosso, em 1863 a de Minas Gerais, em 1864 a do Rio de Janeiro, e a de São Paulo de 7 de novembro de 1864 a 18 de julho de 1865. Foi ainda vereador, deputado e presidente da Câmara Municipal de São Paulo nos anos de 1838 a 1847, deputado da Assembléia Geral por Mato Grosso em 1848. Na presidência de São Paulo prestou assinalados serviços e foi o organizador do batalhão de voluntários paulistas conhecido pela denominação de 7º, que primeiro marchou deste Estado para as campanhas do Paraguai. Em 1873 aposentou-se no cargo de professor da Faculdade. Faleceu em São Paulo em 15 de agosto de 1876.

Foi presidente liberal, filiado ao partido desse nome das províncias mais em prosperidade na infância do Brasil independente. Foi presidente de Mato Grosso, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo, quase sem solução de continuidade, nomeado pela clarividência do velho Imperador, como que para fertilizar, com sua prudência e com o seu saber, as administrações incipientes desses importantes esteios da nacionalidade brasileira.

No governo de São Paulo, como seu 31º presidente, mostrou-se inexcedível de zelo patriótico. Coincidindo a sua ação governamental com da guerra do Paraguai, em 1865, organizou o primeiro batalhão de voluntários, incorporado sob a denomi nação de 7º, no exército nacional.

No dia de sua morte, os dois jornais mais em evidência, então editados, Correio Paulistano e a Provincia de São Paulo, publicaram extensos necrológios ao grande paulista. Onde se lia: “Elevando-se tanto e nobilitando o seu nome, é João Crispiniano o mais vivo exemplo do que pode conseguir na sociedade, o trabalho, quando as virtudes o acompanham e consolidam.”

A rua Conselheiro Crispiniano foi aberta em terrenos do Morro do Chá, propriedade do Barão de Itapetininga. No dia 21 de Abril de 1863, a Câmara Municipal autorizou a desapropriação de terrenos para a abertura de uma rua entre o Largo do Paissandú e até a antiga rua da Palha, chamada depois de Sete de Abril. Em 1873, esta rua ainda não estava aberta e, por proposta do Ten. Cel. Fernando Braga, a Câmara determinou a direção desta rua que partiu do Largo do Paissandú pelo lugar já demarcado e saiu ao lado de onde se localizava a Chácara do senador Queiroz. Em 1904, a Prefeitura concedeu favores fiscais para os proprietários de terrenos nesta rua para que pudessem edificar visando a ocupação de espaços vizinhos ao Teatro Municipal.

São Paulo de Outrora Evocações da Metropole- Moura Paulo Cursino

História das ruas de São Paulo- Arquivo Histórico Municipal.