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Edifício Copan |
O Edifício Copan, 1951, é conhecido por sua singular
forma plástica. Em qualquer registro visual do centro da cidade sua presença se
destaca. As curvas contínuas de sua superfície contrastam fortemente com a
massa compacta do aglomerado de edifícios vizinhos. Sua imagem gera empatia
imediata, desperta o sentido da sensualidade, a vista ; Ipiranga, sendo ainda
atravessados pelo percurso contínuo de suas linhas. Sua forma o desprende do
tecido a sua volta.
No entanto, para a sua compreensão é necessário tomar
como referência o desenho do terreno no qual o edifício se implantou. Trata-se
de uma gleba obtida da reunificação de vários lotes que anteriormente continham
dois tipos de uso basicamente – edifícios habitacionais pertencentes a uma antiga
vila residencial (Normanda) e no caso dos lotes maiores, instalações de
serviços.
Esses lotes confrontam com duas vias, a Rua Araújo e a Av.
Ipiranga, sendo ainda atravessados por uma alameda interna que servia ás residências,
a qual, por sua vez, se conectava com a av; São Luiz. A própria Avenida; Ipiranga
era de abertura recente e fazia parte do programa de melhorias urbanas do
prefeito Prestes Maia: no caso em questão ela avança sobre a rua Epitácio Pessoa,
interrompendo a continuidade da rua Araújo, que hoje tem um pequeno tramo
delimitando a quadra no qual se encontra o Copan. A geometria do terreno pode
ser percebida na carta Sara-Brasil, de 1930, que apresenta um registro da área.
Por ela se verificam as características
do parcelamento pré- existente e a configuração do polígono resultante
da reunificação de lotes que permitiu a realização do empreendimento. Por outra
carta mais recente, de 1954 que já assinalava a abertura da Avenida Ipiranga,
fica evidente a grande frente do lote voltada para essa face. Essa condição privilegiadas,
aliada ao requisito da insolação, favoreceu a uma disposição voltada para a
avenida principal, induzindo, possivelmente, à acomodação da massa edificada à
geometria das linhas limítrofes do terreno. A orientação, no caso, está
predominantemente voltada para a face norte, portanto muito próxima das
orientações encontradas no Ministério da Educação, por exemplo. E nessas
condições no Copan reproduz em parte o esquema implantado no MESP: brises
horizontais e acentuadas na fachada norte, brises mais abertos nas fachadas
intermediárias e envidraçamento na fachada mais na sul.
Bibliografia:
Edificios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e
forma – Autor: Alessandro José Castroviejo Ribeiro – Tese de doutorado USP