domingo, 22 de julho de 2012

Edifício Copan a expressão do objeto em 1951


Edifício Copan

O Edifício Copan, 1951, é conhecido por sua singular forma plástica. Em qualquer registro visual do centro da cidade sua presença se destaca. As curvas contínuas de sua superfície contrastam fortemente com a massa compacta do aglomerado de edifícios vizinhos. Sua imagem gera empatia imediata, desperta o sentido da sensualidade, a vista ; Ipiranga, sendo ainda atravessados pelo percurso contínuo de suas linhas. Sua forma o desprende do tecido a sua volta.
No entanto, para a sua compreensão é necessário tomar como referência o desenho do terreno no qual o edifício se implantou. Trata-se de uma gleba obtida da reunificação de vários lotes que anteriormente continham dois tipos de uso basicamente – edifícios habitacionais pertencentes a uma antiga vila residencial (Normanda) e no caso dos lotes maiores, instalações de serviços.
Esses lotes confrontam com duas vias, a Rua Araújo e a Av. Ipiranga, sendo ainda atravessados por uma alameda interna que servia ás residências, a qual, por sua vez, se conectava com a av; São Luiz. A própria Avenida; Ipiranga era de abertura recente e fazia parte do programa de melhorias urbanas do prefeito Prestes Maia: no caso em questão ela avança sobre a rua Epitácio Pessoa, interrompendo a continuidade da rua Araújo, que hoje tem um pequeno tramo delimitando a quadra no qual se encontra o Copan. A geometria do terreno pode ser percebida na carta Sara-Brasil, de 1930, que apresenta um registro da área. Por ela se verificam as características  do parcelamento pré- existente e a configuração do polígono resultante da reunificação de lotes que permitiu a realização do empreendimento. Por outra carta mais recente, de 1954 que já assinalava a abertura da Avenida Ipiranga, fica evidente a grande frente do lote voltada para essa face. Essa condição privilegiadas, aliada ao requisito da insolação, favoreceu a uma disposição voltada para a avenida principal, induzindo, possivelmente, à acomodação da massa edificada à geometria das linhas limítrofes do terreno. A orientação, no caso, está predominantemente voltada para a face norte, portanto muito próxima das orientações encontradas no Ministério da Educação, por exemplo. E nessas condições no Copan reproduz em parte o esquema implantado no MESP: brises horizontais e acentuadas na fachada norte, brises mais abertos nas fachadas intermediárias e envidraçamento na fachada mais na sul.

Bibliografia: Edificios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma – Autor: Alessandro José Castroviejo Ribeiro – Tese de doutorado USP

Nenhum comentário:

Postar um comentário