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São Paulo, em 1893 era uma cidade de imigrantes. Ou melhor, para evitar generalizações indevidas, os dados do “exame e inspeção das habitações operárias e cortiços no distrito de Santa Ifigênia” nos permitem dizer que, no centro da cidade e nas proximidades das estações de ferro, concentravam-se os estrangeiros recém-chegados à cidade. As informações registradas pela inspeção das habitações de 1893 confirmam o movimento geral migratório para o estado e a cidade de São Paulo. Justamente no ano de 1893 foi realizado o censo populacional da cidade de São Paulo, o qual mostra que os estrangeiros representavam mais da metade da população de o total da capital 55%. Santa Ifigênia aparece como o principal distrito da capital em termos populacionais, com 42.715 habitantes, e seu crescimento está ligado ao fluxo imigratório e à expansão das atividades comerciais, deixando para trás a Sé que, em 1872, era o distrito com maior número de habitantes, 9.213, enquanto Santa Ifigênia tinha 4.429.
O espaço de tempo compreendido entre 1887 e 1900 foi considerado como o “período áureo” de entrada de italianos no Brasil. Para São Paulo imigraram 564.800, o que corresponde a 62% do total que entrou no país. Em 1893, os italianos eram 34% da população da capital. Se Tomarmos a população da capital em 1890 como sendo igual a 64.934, isto significa que 22.077 eram italianos. Em 1900, eles chegaram a 50%, ou seja, 120.000 do total da população da capital, que era de 239.820. Em seguida vem os portugueses, que representavam o segundo grupo, com 14.437, e, por fim, os espanhóis, com 4.818 habitantes na cidade de São Paulo em 1893.
Observa-se que total de indivíduos moradores das habitações inspecionadas, 1.331, deduzindo-se os sem dados de nacionalidade, chega-se a 1.132 indivíduos, sendo 1.036 estrangeiros, ou seja, 92% dos moradores dessas habitações; representando os brasileiros há minguados 8%. A maioria dos estrangeiros era de italianos, 345, 33%, participação muito semelhante à registrada pelo censo de 1893, de 34% de italianos na capital como um todo. Em seguida, vinham os portugueses com uma presença muito significativa de 31% contra os 22% registrados no censo de 1893.
Ainda, em terceira posição, os espanhóis com 166 ou 16% e por fim os alemães, com 13%.
Bibliografia:
Os cortiços de Santa Ifigênia sanitarismo e urbanização , 1893