domingo, 26 de fevereiro de 2012

Imigrantes nas ruas dos distritos de Santa Ifigênia

imigrantes

São Paulo, em 1893 era uma cidade de imigrantes. Ou melhor, para evitar generalizações indevidas, os dados do “exame e inspeção das habitações operárias e cortiços no distrito de Santa Ifigênia” nos permitem dizer que, no centro da cidade e nas proximidades das estações de ferro, concentravam-se os estrangeiros recém-chegados à cidade. As informações registradas pela inspeção das habitações de 1893 confirmam o movimento geral migratório para o estado e a cidade de São Paulo. Justamente no ano de 1893 foi realizado o censo populacional da cidade de São Paulo, o qual mostra que os estrangeiros representavam mais da metade da população de o total da capital 55%. Santa Ifigênia aparece como o principal distrito da capital em termos populacionais, com 42.715 habitantes, e seu crescimento está ligado ao fluxo imigratório e à expansão das atividades comerciais, deixando para trás a Sé que, em 1872, era o distrito com maior número de habitantes, 9.213, enquanto Santa Ifigênia  tinha 4.429.
O espaço de tempo compreendido entre 1887 e 1900 foi considerado como o “período áureo” de entrada de italianos no Brasil. Para São Paulo imigraram 564.800, o que corresponde a 62% do total que entrou no país. Em 1893, os italianos eram 34% da população da capital. Se Tomarmos a população da capital em 1890 como sendo igual a 64.934, isto significa que 22.077 eram italianos. Em 1900, eles chegaram a 50%, ou seja, 120.000 do total da população da capital, que era de 239.820. Em seguida vem os portugueses, que representavam o segundo grupo, com 14.437, e, por fim, os espanhóis, com 4.818 habitantes na cidade de São Paulo em 1893.
Observa-se que total de indivíduos moradores das habitações inspecionadas, 1.331, deduzindo-se os sem dados de nacionalidade, chega-se a 1.132 indivíduos, sendo 1.036 estrangeiros, ou seja, 92% dos moradores dessas habitações; representando os brasileiros há minguados 8%. A maioria dos estrangeiros era de italianos, 345, 33%, participação muito semelhante à registrada pelo censo de 1893, de 34% de italianos na capital como um todo. Em seguida, vinham os portugueses  com uma presença muito significativa de 31% contra os 22% registrados no censo de 1893.
Ainda, em terceira posição, os espanhóis com 166 ou 16% e por fim os alemães, com 13%.

Bibliografia:
Os cortiços de Santa Ifigênia sanitarismo e urbanização , 1893