O novo
Edifício da estação da luz, construído entre 1895 e 1901, simbolizava a
modernidade trazida pela ferrovia. A Estação da Luz foi um autêntico símbolo da
modernidade na metrópole do café. Projeto elaborado na Inglaterra, sua
construção criou um novo centro comercial para a cidade. Edifício de grande
imponência na região, a Estação alimentava os hotéis próximos com um fluxo
constante e crescente de pessoas que chegavam à cidade.
![]() |
Estação da Luz |
Sua
implantação se beneficiou, segundo Lima Toledo, da proximidade do Jardim da Luz
e este conjunto se tornou um dos principais cartões postais da cidade.
Sendo assim,
os antigos hotéis da pequena vila mostraram-se insuficientes frente às mudanças
econômicas e sociais da cidade. Surgiu então um novo eixo da hotelaria em São
Paulo os hotéis da Rua Mauá (antiga rua da Estação).
“A época
áurea do bairro da Luz foi o final do século XIX prolongando-se até a década de
1930. Neste período diversos edifícios monumentais de uso institucional foram
construídos na região e a Avenida da Luz foi toda remodelada, transformando-se
num grande bulevar arborizado e calçado”.
As melhorias
da região produziram profundas mudanças no bairro da Luz. O entorno da Estação
transformou-se em um centro de comércio diversificado e de serviços voltados ao
viajante, especialmente restaurantes e hotéis.
Desta forma,
os hotéis situados próximos à estação da Luz e Sorocabana o conjunto hoteleiro
da Rua Mauá, foram exemplares típicos construídos neste período e ilustraram a
ascensão da cidade.
Os antigos
hotéis do Triangulo Central, antes meros pontos de passagem, adquiriram nova
relação com a cidade em crescimento.
Passaram a
representar a expansão econômica e uma sociedade que procurava uma permanência
maior na Cidade.
Seus
hóspedes, segundo dados da DPH, “oriundos das cidades do interior do Estado ali
chegavam através de Ferrovia para fazer compras ou simplesmente olhar as
vitrines, instalando-se nestes hotéis, pela comodidade e conforto”.
Já no início
da década de 20, São Paulo tinha inúmeros hotéis de diferentes classes
concentrados nas gares ferroviárias ou nas ruas centrais, Jacinto Silva relata
no Guia Ilustrado do Viajante de 1924 a existência de vários hotéis nas
imediações das estações Luz e Sorocabana. Em frente à estação Luz ficavam entre
outros: Hotel Fraccaroli, Hotel Rebecchino, Hotel Federal, Hotel Paulista,
Hotel do Comércio, todos na rua Mauá.
Os hotéis
Keffer, Hotel do Sol e Hotel do Sul em frente a Sorocabana.
Os principais
hotéis da região eram o Hotel de Comércio, Hotel Roma e Hotel Federal Paulista.
Construídos em alvenaria de tijolos eram prédios de três pavimentos com
implantação seguindo o alinhamento da rua e mantém o uso hoteleiro até nossos
dias, porém encontra-se em precário estado de conservação.
Outros dois
hotéis, situados na Avenida Cásper Líbero, merecem ser lembrados são eles:
Hotel Queluz, projeto de Ramos de Azevedo e Hotel Karim. As características arquitetônicas
destes hotéis apresentavam semelhança com os da Rua Mauá.
Bibliografia:
Monteiro, Ana Clara Alves – Os Hotéis da Metrópole (1940 – 1960)