No início da
década de 50 a cidade de São Paulo se deparou com um grande desafio : às
comemorações do IV Centenário de São Paulo.
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Edifício Copan - Obra de Niemeyer |
Fruto de um
complexo projeto que envolveu setores da sociedade, a comissão organizadora dos
festejos era composta por membros representativos da força econômica e por
representantes da classe intelectual como jornalistas, escritores e professores
universitários.
A cidade se
preparava para comemorar seu IV Centenário e deveria se consolidar como a “locomotiva
da Nação”, termo frequente nas divulgações do período. A festa projetava-se
como louvação e afirmação dos significados almejados por São Paulo diante do
país. Havia claramente a procura a cada esquina, de um registro de uma
metrópole que não parava de crescer, registro de uma cidade em franca
modernização. As constantes obras, os novos edifícios e, enfaticamente, os novos
projetos hoteleiros confirmavam o crescimento exagerado da cidade.
Para
compreensão deste momento podemos utilizar o exemplo do edifício do Hotel
Marian, que foi construído em apenas nove meses, como nos relatou seu atual
administrador. Um marco para a sua época. Neste período a indústria e o comércio
eram os poderios econômicos da cidade e não poderiam ficar dissociados dos
eventos comemorativos.
Os hotéis inaugurados
evidenciavam claramente esta preocupação. Para Lofego, o setor privado era aquele
que procurava se filiar à ideia de modernização e progresso da cidade,
mostrando as edificações modernas ou produtos de última geração, representação
de novos tempos.
O IV
Centenário trouxe uma história de superação e avanço tecnológico disponível aos
paulistanos.
Vale a pena
lembrar que a construção do Parque do Ibirapuera foi à demonstração da nova
identidade a ser seguida. O projeto do Parque indicava o futuro promissor que
encantava a todos. Os edifícios projetados por Niemeyer vestiram a cidade com
obras modernistas de profunda singularidade, perspectiva esta que deveria se
expandir aos demais edifícios projetados na cidade naquele período.
“A missão
civilizadora presente voltada para o futuro, para a aspirada metrópole dos
arquitetos modernistas, e de toda a sociedade paulistana,... implantou-se em
São Paulo de forma reveladora”. Arruda
Bibliografia:
Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto
histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica
hoteleira (1940 – 1960)