segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O IV Centenário da Cidade de São Paulo

No início da década de 50 a cidade de São Paulo se deparou com um grande desafio : às comemorações do IV Centenário de São Paulo.
Edifício Copan - Obra de Niemeyer
Fruto de um complexo projeto que envolveu setores da sociedade, a comissão organizadora dos festejos era composta por membros representativos da força econômica e por representantes da classe intelectual como jornalistas, escritores e professores universitários.
A cidade se preparava para comemorar seu IV Centenário e deveria se consolidar como a “locomotiva da Nação”, termo frequente nas divulgações do período. A festa projetava-se como louvação e afirmação dos significados almejados por São Paulo diante do país. Havia claramente a procura a cada esquina, de um registro de uma metrópole que não parava de crescer, registro de uma cidade em franca modernização. As constantes obras, os novos edifícios e, enfaticamente, os novos projetos hoteleiros confirmavam o crescimento exagerado da cidade.
Para compreensão deste momento podemos utilizar o exemplo do edifício do Hotel Marian, que foi construído em apenas nove meses, como nos relatou seu atual administrador. Um marco para a sua época. Neste período a indústria e o comércio eram os poderios econômicos da cidade e não poderiam ficar dissociados dos eventos comemorativos.
Os hotéis inaugurados evidenciavam claramente esta preocupação. Para Lofego, o setor privado era aquele que procurava se filiar à ideia de modernização e progresso da cidade, mostrando as edificações modernas ou produtos de última geração, representação de novos tempos.
O IV Centenário trouxe uma história de superação e avanço tecnológico disponível aos paulistanos.
Vale a pena lembrar que a construção do Parque do Ibirapuera foi à demonstração da nova identidade a ser seguida. O projeto do Parque indicava o futuro promissor que encantava a todos. Os edifícios projetados por Niemeyer vestiram a cidade com obras modernistas de profunda singularidade, perspectiva esta que deveria se expandir aos demais edifícios projetados na cidade naquele período.
“A missão civilizadora presente voltada para o futuro, para a aspirada metrópole dos arquitetos modernistas, e de toda a sociedade paulistana,... implantou-se em São Paulo de forma reveladora”. Arruda

 Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)