quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Projeto de rua a rua na Galeria Ipê

Galeria Ipê / 7 de abril

Antes da autorização definitiva para a construção do edifício, o diretor responsável pela secretaria de Obras, atendendo ao pedido do diretor da “Urbi”, solicitou que o plano de ligação de toda a galeria, de rua a rua fosse apresentado.
Nele deveria constar o projeto dos térreos dos dois edifícios, com todas as alterações necessárias e o acordo de conservação da servidão para que a galeria fosse aprovada, “ou pelo menos, medidas que garantam a função principal da mesma, que no caso seria a ligação das ruas 7 de abril e Braulio Gomes, mediante um termo de escritura pública em que fique estabelecido que no caso da rescisão prevista (...) serão canceladas as licenças para as lojas e exigida a modificação de acordo com os dispositivos da legislação vigente (...)”
É iteressante notar a atuação da Administração Pública em casos como este, de relevância para o comércio local, mas não previsto em lei. O departamento de Urbanismo, que contava com figuras atuantes nas discussões sobre o desenvolvimento da cidade, preocupado em manter público o uso dessas artérias entre as quadras, propõe que primeiro se faça um acordo entre as partes envolvidas garantindo a realização do projeto e a sua abertura para a cidade, antes que este fosse aprovado. Esta foi a forma encontrada pela municipalidade para preservar a ideia inicial das galerias comerciais como espaços de uso e circulação contínua de pessoas.
Em resposta a essa exigência, Plínio Croce e Aflalo desenvolvem um estudo completo para a galeria, prevendo a reforma do Instituto da Previdência e a nova sugestão para o edifício em processo de aprovação. Poucas mudanças foram feitas no porjeto já desenvolvido, apenas o café foi retirado da área do edifício novo e recolocado no térreo do Instituto, além da construção de mais sete salas. Os acessos às torres de escritórios continuaram independentes, bem como as áreas de sanitários e apoios. A galeria, livre de obstáculos e contínua entre as duas quadras, tornou-se maus uma artéria de distribuição do comércio e do fluxo dos pedestres pelo Centro Novo. No final do mesmo ano o habite-se foi expedido e a galeria pode ser inaugurada.

Bibliografia: Aleixo, Cynthia Augusta Poleto – Edifícios e Galerias Comerciais Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 – Tese de Mestrado – Escola de Engenharia de São Carlos.