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Galeria Ipê |
Depois
de quase duas décadas da construção da primeira galeria e de várias
modificações em seu projeto, a Galeria Ipê, entre as ruas 7 de abril e Braulio
Gpomes foi finalmente iniciada em 1951. Em 1949, a família Rengel, proprietária
de um lote à rua 7 de abril encomendou ao arquiteto Plinio Croce o projeto de
um edifício com uma torre de escritório e o térreo para lojas.
No
memorial apresentado à Administração Municipal pela Construtora Monteiro
Machado Ltda, responsável pela execução da obra, o edifício aparece descrito
como “uma construção formada por dois blocos ligados pelo corredor de
circulação sendo a área fechada na altura do primeiro andar por uma claraboia,
constituindo o teto das lojas. Em cada bloco, formado por dois conjuntos de três
salas e sanitários há um poço de iluminação e ventilação dos corredores e
sanitários (...) O bloco terá dez andares e o bloco do fundo onze andares
(apartamento para zelador e administração do prédio)”. A referência dos blocos
respondia à exigência da legislaçãovigente no período (Ato nº 13.66 de 1938),
que impedia construções acima de dez pavimentos com fachada para a rua 7 de
abril.
Cabe
destacar a clareza do projeto, o trabalho com a estrutura moldada e a repetição
da planta e materiais na fachada favorece compreensão do conjunto. Os dois
blocos que compõem o edifício são simétricos e espelhados através do eixo
paralelo à rua, no meio do lote. A fachada para o fundo recuada do limite do
terreno recebeu um tratamento homogêneo, com um desenho repetitivo, cadenciado,
de espaços opacos (alvenaria) e transparente (janelas contínuas) e com o uso de
vãos modulados.
Já
a fachada voltada para a rua, exibe um cuidadoso desenho com brises horizontais
coloridos por pastilhas cerâmicas azuis e um detalhe no térreo e primeiro
pavimento. Esses dois andares foram recuados do limite frontal do lote e, os
demais, continuaram no alinhamento. Com isso, uma proteção ao pedestre ficou
delineada, com cerca de um metro de profundidade, construindo novamente uma
relação de aproximação entre a escala do pedestre e o acasso à área comercial.
A presença da marquise a área comercial da escala do pedestre que circula pelas
ruas centrais, protege as vitrines e indica um acesso.
Neste
caso em especial, a própria situação do lote, proprocionou um desenho especial
para a marquise que aparece inclinada a partir da Galeria 7 de abril, edifício
vizinho a ipê.
Toda
a dimensão do pé-direito foi vedada com vidros, fixos na parte de baixo dos
brises e com abertura projetada para a área externa na parte superior. No
primeiro pavimento, o desenho singular da fachada e o recuo em relação aos
demais andares, marcam uma base diferenciada do conjunto realçando ainda mais o
acesso à galeria. A faixa de lambris azul delimita o início as lojas e reforça a
separação entre esta e o corpo do edifício.
Bibliografia:
Edificios e Gaçlerias Comerciais Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo,
anos 50-60 – Aleixo, Cinthya Augusta Poleto – Tese de mestrado- escola de
Engenharia de São Carlos.