domingo, 13 de novembro de 2011

Igreja de Nossa Senhora da Consolação

Igreja da Consolação

A igreja de Nossa Senhora da Consolação foi fundada em 1799 pelos seus devotos, à margem do caminho de Pinheiros, hoje Rua da Consolação. Estrada de Pinheiros, segundo outras expressões, que vinha do Pátio do Colégio para as cercanias da igreja de Santo Antônio, enveredava pelo Anhangabaú e daí subia em direção à aldeia de Pinheiros, longa estrada palmilhada durante séculos pelos nossos avoengos, encontradiça nos documentos mais antigos da vila. Situava-se em terras de Angela Vieira que se estendiam até hoje Avenida Paulista, que cobriam o Caminho do Aniceto, por onde se ia antigamente também para “o Pacaembú, Eboaçava, Freguesia do Ó, ficando os terrenos em questão para cá do marco de meia légua, que delimitava a sesmaria do Rocio, portanto pelas proximidades da Avenida Paulista”.
A afirmação de que a igreja foi fundada por seus devotos em 1799 baseia-se num documento transcrito por Jacinto Ribeiro e constitui a informação mais antiga que encontramos a respeito do templo. Isso não obstante Azevedo Marques afirmar que sua edificação foi posterior a 1760, baseado em menções de Pedro Tques de Almeida Pais Leme e frei Gaspar da Madre de Deus. A verdade é que, nesses dois autores citados pelo autor dos Apontamentos Históricos, não encontramos tais menções. O documento transcrito por Jacinto Ribeiro traz a data de abril de 1799 e trata-se de um requerimento dirigido ao então bispo diocesano, D. Mateus de Abreu Pereira.
O despacho do bispo foi favorável. E já no ano seguinte, “com auxilio de esmolas angariadas deram inicio à construção da capela, a qual foi benta e inaugurada no ano seguinte, obtendo provisão para que na mesma fosse celebrado missa e mais atos divinos”. Ao contrário do que geralmente é aceito, a mais antiga referência da igreja de Nossa Senhora da Consolação nos atos oficiais da Câmara não é de 1832, ou mais explicitamente, de 18 de junho de 1832, que, entre outras coisas diz... “do lado da Consolação, da igreja em diante”... Não, não é. No dia 23 de novembro de 1803registrava-se na Câmara um ofício que expunha as necessidades de água que padeciam “os moradores do bairro de Nossa Senhora da Consolação desta cidade”, o que implicava na existência de uma igreja, como sempre foi, geralmente, do hábito e da técnica, ou seja, o bairro tomar o nome do orago do templo que ai se encontrava localizado.
Em 1829 há uma nova informação provando a existência da capela da Consolação. É o que se lê do ofício da Câmara ao Sr. Francisco de Castro do Canto e Mello, que “se oferecera para a reedificação da estrada que segue da capela da Consolação até a Ponte dos Pinheiros”. Ainda mais; na planta da cidade de São Paulo de 1810, figura a capela de Nossa Senhora da Consolação, podendo-se afirmar que tão logo o bispo despachou a petição de Luiz da Silva e “mais irmãos devotos” começaram eles a edificação do templo que, como tantos outros, se revestia de simplicidade própria da época e de seus recursos. Zona ruim era essa que cercava a humilde igreja da Consolação, cheia de pantanais, barro, lama, grandes buracos de águas estagnadas.
A Câmara, na sessão de 15 de março de 1834 , ordenara ao seu fiscal que examinasse “outro pantanal que há na estrada diante da Igreja da Consolação na subida do morro.
Bibliografia:
Igrejas de São Paulo - Arroyo Leonardo