quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Hotéis e seu tempo de investimento

Em São Paulo, a produção arquitetônica hoteleira era diferente da produção realizada no Rio de Janeiro e em outras capitais brasileiras. A influência da cultura e da cultura e da produção americana foi um dos fatores cruciais para a compreensão dos exemplares que iremos apresentar.
Hotel Boutique - Jardins - São Paulo
Como vimos os edifícios que surgiram na cidade apresentaram grandes semelhanças com os edifícios construídos nas grandes cidades americanas, principalmente Nova Iorque e Chicago. Em meados dos anos 50 o esforço de retomada do setor hoteleiro chegou redobrado à cidade de São Paulo em virtude da comemoração do IV Centenário.
Havia uma grande necessidade de novos hotéis na cidade e, para isto, a prefeitura aumentou os incentivos para a construção e inauguração dos mesmos. O principal incentivo foi a Lei nº 4281, de 3 de setembro de 1952, “Lei de incentivo à instalação hoteleira lançada pela comissão do IV Centenário, que percebe o déficit do setor prevendo a recepção de um número generoso de turistas por ocasião dos festejos.”
A lei dispõe sobre a isenção de impostos, até 1962, para os hotéis em construção ou que estivessem concluídos até 25 de janeiro de 1954. Era de grande importância que estes estivessem prontos para as comemorações do IV Centenário. A lei ainda previa algumas mudanças nos programas adotados até então. As mudanças visavam maior privacidade, conforto e sociabilidade com espaços comuns. Estes novos hotéis deveriam ter: quartos com sala de banho privativa na quantidade mínima de 50; vestíbulo; sala de espera; refeitório; sala de leitura;
Além disso, bar e salão de festas compatíveis com a natureza e dimensões do hotel.
Desta forma, a hotelaria e a construção dos novos hotéis foram modificados de modo a aumentar os lucros e a valorizar a indústria hoteleira crescente na cidade. O planejamento adequado garatia um retorno seguro aos investimentos iniciais e à crescente demanda da metrópole.
A industrialização crescente da cidade possibilitava conquistas valiosas na busca de maiores lucros nos projetos hoteleiros. O uso de elevadores, concreto armado, elementos pré-moldados, caixilhos pré-fabricados em grande escala, possibilitavam uma elevação de gabarito dos edifícios, consequentemente um melhor aproveitamento do lote e, sobretudo, uma redução do tempo de obra. Alguns destes itens eram reforçados pela propaganda da época como caráter de modernidade do projeto e do edifício.


Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)