sábado, 17 de março de 2012

Contemporâneas, concepções e propostas de 1984 a 2007.

Escola de Música Tom Jom
Atualmente, seguindo o receituário do Planejamento Estratégico , que induz necessidades globais, afirma-se que São Paulo, como uma das maiores metrópoles mundiais, precisa ter um centro, ou melhor, uma imagem identificadora e característica da cidade como forma de mostrar se cada vez mais atraente aos investimentos internacionais. Assim, referenciada nas bem sucedidas experiências mundiais de requalificação de centros históricos, iniciou-se, ou redimencionou-se, as intervenções de requalificação da área central, que inicialmente aconteceram através da restauração e rebilitação pontuais de edifícios históricos.
Anteriormente a esta postura de intervir apenas requalificando os edifícios de importância histórica e transformá-los em equipamentos culturais indutores de requalificação urbana da área da Luz, o Projeto Luz Cultural, 1984, da Secretaria do Estado da Cultura do governo Franco Montoro, 1983-1986 e coordenado pela arquiteta Regina Maria Prosperi Meyer, previa uma área de ação que abrangia a área entre o rio Tamanduateí, a Avenida Rio Branco e a Rua Mauá, e os quarteirões próximos. Resumidamente, a iniciativa voltava-se para uma dinamização da área por meio de uma maior integração do potencial de uso dos espaços públicos e institucionais e a população local, moradora e usuária, através da recuperação de algumas instituições culturais de peso, ou seja, a partir de um trabalho de reabilitação e integração de diversas instituições culturais ali existentes.
Conforme publicação da Associação Viva Centro, que surgiu em 1994, “ o projeto propunha a criação de laços entre a comunidade e a área da Luz por meio de ações que trouxessem à tona novas percepções daquele espaço e novas formas de interagir com ele. Nesse sentido, varias atividades foram planejadas, com a expectativa de atingir cada vez mais setores da vida urbana local. Para tanto, tornava-se imprescindível a colaboração dos moradores, o que por si já seria uma resposta aos planos convencionais de renovação urbana baseados na expulsão local, principalmente de baixa renda.
Para Cunha Lima, “uma cidade se projeta para o futuro a partir, digamos, da preservação de alguns sítios emblemáticos e de algumas instituições existentes, que precisam apenas ser renovadas e articuladas[...] E essa parece ter sido a crença norteadora de todas as ações empreendidas na área da Luz nesse período: O Projeto Luz  Cultural assumiu como um de seus pólos a Oficina Cultural Oswald de Andrade, instalada no edifício tombado e reciclado da antiga Escola de Farmácia e Odontologia da Universidade de São Paulo, que passaria a obrigar a Orquestra Jovem de São Paulo, além de atividades e cursos de música, artes plásticas e espetáculos cênicos.
Bibliografia:
Intervenções urbanas contemporâneas: o caso da área da Luz no centro de São Paulo pág 53 a 62 autora Moreira, Carolina Margarido

domingo, 11 de março de 2012

Vista a degradação do bairro da Luz

Mosteiro da Luz

O bairro da Luz, ao contrário dos Campos Elíseos, foi tomado por loteamentos de caráter eminentemente popular e, após a construção da nova estação, a Rua José Paulino ficou unida à Couto de Magalhães por um viaduto. Nessa região, à primeira função residencial seguiu-se a comercial e industrial e, nas primeiras décadas do século XX, as antigas residências foram sendo  progressivamente adaptadas às novas funções.
A implantação da linha ferroviária Sorocabana foi outro fator a influenciar essa metamorfose na região; o Bom Retiro, bairro proletário ocupado por imigrantes italianos começa neste momento a acolher oficinas, em sua maioria para confecções de roupas, ao lado das quais surge um comércio que vai se instalar nas antigas residências. As habitações ainda existentes, são modestas e, em sua maioria, de caráter  coletivo: depois começaram a sugerir edifícios residenciais que contrastam com o resto do bairro. As ruas Aimorés, Timbiras, Amador Bueno e outras, adquiriram má  reputação, devido ao meretrício, fato que refletiu, segundo os estudos, numa estagnação da região. Os serviços de hotelaria, incluindo pensões, foram se desenvolvendo nas ruas General Osório, Mauá, Couto de Magalhães, Casper Libero, Brigadeiro Tobias e carcanias.
O estudo, ao analisar o estado da região, em 1974, observou que ambos os lados da Avenida Tiradentes apresentavam todas as características de degeneração urbana. Além disso, a colocação, naquele momento recente, de grandes cercando o jardim da Luz associados ao fato de serem os lados deste ocupados por estacionamento de ônibus, sufocaram a área verde, que teve suas funções prejudicadas.
O entorno da estação ressentia-se do trânsito e de um conjunto de edifícios parcialmente demolidos. No conjunto politécnico, os edifícios foram envolvidos pela sucessiva construção de galpões que vieram a saturar a quadra e, dada a mudança da Politécnica para a Cidade Universitária, a situação só piorou. Do lado leste a Tiradentes apresentaria o mesmo fenômeno de degenaração urbana, sendo que edifícios importantes, como o Convento da Luz e o Museu de Arte Sacra, estariam sendo, segundo a leitura realizada, prejudicados pelo seu entorno.

Bibliografia:
Moreira, Carolina Margarido - Intervenções urbanas contemporâneas: o caso da área da Luz no centro de SP. Pág 52 e 53 

Vista a degradação do bairro da Luz

Adicionar legenda

O bairro da Luz, ao contrário dos Campos Elíseos, foi tomado por loteamentos de caráter eminentemente popular e, após a construção da nova estação, a Rua José Paulino ficou unida à Couto de Magalhães por um viaduto. Nessa região, à primeira função residencial seguiu-se a comercial e industrial e, nas primeiras décadas do século XX, as antigas residências foram sendo  progressivamente adaptadas às novas funções.
A implantação da linha ferroviária Sorocabana foi outro fator a influenciar essa metamorfose na região; o Bom Retiro, bairro proletário ocupado por imigrantes italianos começa neste momento a acolher oficinas, em sua maioria para confecções de roupas, ao lado das quais surge um comércio que vai se instalar nas antigas residências. As habitações ainda existentes, são modestas e, em sua maioria, de caráter  coletivo: depois começaram a sugerir edifícios residenciais que contrastam com o resto do bairro. As ruas Aimorés, Timbiras, Amador Bueno e outras, adquiriram má  reputação, devido ao meretrício, fato que refletiu, segundo os estudos, numa estagnação da região. Os serviços de hotelaria, incluindo pensões, foram se desenvolvendo nas ruas General Osório, Mauá, Couto de Magalhães, Casper Libero, Brigadeiro Tobias e carcanias.
O estudo, ao analisar o estado da região, em 1974, observou que ambos os lados da Avenida Tiradentes apresentavam todas as características de degeneração urbana. Além disso, a colocação, naquele momento recente, de grandes cercando o jardim da Luz associados ao fato de serem os lados deste ocupados por estacionamento de ônibus, sufocaram a área verde, que teve suas funções prejudicadas.
O entorno da estação ressentia-se do trânsito e de um conjunto de edifícios parcialmente demolidos. No conjunto politécnico, os edifícios foram envolvidos pela sucessiva construção de galpões que vieram a saturar a quadra e, dada a mudança da Politécnica para a Cidade Universitária, a situação só piorou. Do lado leste a Tiradentes apresentaria o mesmo fenômeno de degenaração urbana, sendo que edifícios importantes, como o Convento da Luz e o Museu de Arte Sacra, estariam sendo, segundo a leitura realizada, prejudicados pelo seu entorno.

Bibliografia:
Moreira, Carolina Margarido - Intervenções urbanas contemporâneas: o caso da área da Luz no centro de SP. Pág 52 e 53