A Galeria Califórnia é sem dúvida, uma relevante
influência para as galerias construídas a partir de então. Seu primeiro projeto
foi apresentado pelo arquiteto Oscar Niemey era a incorporadora era, Companhia
Nacional de Investimentos em 1950.
Galeria California |
O primeiro desenho da galeria surgiu das condicionantes
do terreno somado a sensibilidade do arquiteto. Niemeyer teve por determinação
transforma a condição desfavorável do terreno em um atrativo do projeto. Sim
porque o projeto tinha de ser pensado em um terreno em “L” com duas frentes,
uma na Barão de Itapetininga e a outra na rua Dom José de Barros. Outra
vanguarda na construção deste empreendimento foi o primeiro a ter, legalmente
registrada, uma incorporadora, respondendo pelos proprietários, família de dona
Mercedes Dias de Abreu no terreno da Barão de Itapetininga e o Escritório Roxo
Loureiro & Cia Ltda, no terreno com frente para rua Dom José de Barros.
A Companhia Nacional de Investimento, respondia pelos
proprietários dos terrenos e acompanhava as atividades da Sociedade Comercial e
Construtora, que esteve à frente da execução do edifício.
No memorial apresentado pela construtora no momento de
iniciar a obra são propostas as seguintes alterações: nos andares: aumento no
número de sanitários com diminuição de sua área; no andar térreo: divisão de
duas lojas formando quatro novas lojas, construção de um elevador ligando uma
loja à sua sobreloja e ao primeiro pavimento; na cobertura: inclusão de um
apartamento para o zelador; nas fachadas: alteração da vista das fachadas, com
o uso de um outro modelo de peitoril e brise soleil.
As modificações que mais enfaticamente interferiram na
estrutura final do edifício foram às relacionadas ao tratamento das fachadas e
dos pilares de sustentação das lajes. No projeto publicado pela Revista
Habitat, com data de 1951, a fachada para a Rua Barão de Itapetininga, sujeita
a insolação, recebeu brises, quebra sol, no corpo principal do edifício. Os
brises estariam apoiados em perfis de concreto que garantiriam a inclinação das
placas em forma de lâminas. Por trás dessa estrutura, planos de vidros em toda
a dimensão do pé-direito dos andares de escritório. Os três últimos andares
surgem escalonados, respeitando as limitações da legislação quanto à altura. Eles
não receberiam brises, pois a própria inclinação do plano de vidro em relação à
laje do piso superior possibilitaria certa proteção.
Bibliografia:
Edifícios e Galerias Comerciais. Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo,
anos 50 e 60. Cynthia Augusta Poleto Aleixo – Tese de Mestrado- Universidade de
São Carlos.