Foi a partir da reforma do Código Arthur Saboya ocorrido
através do ato nº 663, de 10 de agosto de 1934 que a cidade debordou dos
estreitos limites do sítio urbano primitivo, onde por três séculos se havia
enclausurado e cujo raio não ia além de um quilômetro da Pra da Sé. Seus
tentáculos avançaram, em poucas décadas até a distancias de 5 a 10km do
tradicional Triângulo, englobando na área urbana velhos e isolados subúrbios,
como a Freguesia do Ó, Penha, Ipiranga e Pinheiros.
Rua: Barão de Itapetininga começo do sec. XX |
No início dos anos de 1930, o foco dos investimentos
imobiliários foi a região localizada a oeste do Vale do Anhangabaú.
A área mudou seu perfil urbano de maneira intensa em
poucas décadas e abrigou diversos arranha-céus em seu terreno.
A região ficava na direção dos caminhos que levavam às
cidades mais produtivas no interior: Itú, Sorocaba e Campinas. A partir do
século XIX, a região foi ocupada por chácaras pertencentes às diversas famílias
com vínculos à produção de café. O mapa da cidade de São Paulo de 1800 -1874
apresenta claramente essa demarcação.
Nas várzeas oeste do Anhangabaú, região conhecida como
Morro do Chá ficava a Chácara do Barão de Itapetininga. Ao seu lado, onde seria
aberta a rua São Luis, localizava-se a Chácara do Barão de Souza Queiroz;
abaixo da rua da Consolação se localizava a Chácara Martinho da Silva Prado; enquanto
na região da futura Vila Buarque estava a Chácara do Marechal Arouche.
Além das chácaras, era marcante a presença de um espaço
público- que daria origem à Praça da República inicialmente denominada Campos
dos Curros, que depois passaria a Praça dos Curros. O nome remete às touradas
que ocorriam frequentemente no local.
Já no final do século XIX, grande parte das chácaras
começou a ser loteada dando lugar aos terrenos livres para implantação dos
primeiros prédios. O mapa de 1877 já mostrava a Praça dos Curros com o nome de
Largo Sete de Abril e as novas vias abertas na região do Morro do Chá: ruas
Conselheiro Crispiniano, 24 de maio, Barão de Itapetininga e Xavier de Toledo.
Com a morte do Barão de Itapetininga e Xavier de Toledo. Com a morte do Barão
de Itapetininga, em 1876, a região foi loteada e deu origem a esses novos
logradouros.
Também a Chácara do Barão de Souza Queiroz foi dividida
após a sua morte, em 1897, e deu origem a uma divisão de terreno.
Bibliografia:
Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os
edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)