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Edificio Esther vista aérea |
A esquina onde se encontra implantado o edifício Esther, está definida nas primeiras cartas da cidade de São Paulo no século XIX. Mesmo com alterações e pequenos ajustes, o traçado das ruas ainda permanece como uma marca indelével e provável como o elemento da memória da cidade mais significativo do Centro Histórico. O Campo do Curro, hoje Praça da República, a Rua da Palha, hoje Sete de Abril, esta definida já nos primeiras cartas da cidade de São Paulo no século XIX. Mesmo com alterações e pequenos ajustes, o traçado das ruas ainda permanece como uma marca indelével e provavelmente como o elemento da memória da cidade mais significativo na formação dos edifícios modernos construídos nos limites do centro histórico. O Campo do Curro, depois Praça da República, a rua da Palha depois Sete de Abril e rua Ipiranga, ilustram essa estruturação. Na carta de 1881, é possível identificar o palacete isolado pertencente a Augusto de Souza Queiroz que foi demolido dando lugar aos dois edifícios (Lefévre, 2006, p.61). No mesmo mapa vê-se na rua Sete de Abril construções de ambos os lados e na Ipiranga uma ocupação ainda rarefeita.
No mapa Sara-Brasil a ocupação identifica-se de um modo geral caracterizando-se por construções no alinhamento das ruas. Exceção fica por conta da rua São Luiz, então ocupada por palacetes isolados no lote. De qualquer modo, percebem-se na quadra onde seria implantado os edifícios “Esther” dois padrões distintos; a tipologia dos palacetes isolados em lotes generosos e as demais construções com terrenos menores, porém, com taxa de ocupação mais elevadas. No processo de modernização e verticalização da rua São Luiz esse padrão seria invertido: os palacetes seriam demolidos, os lotes originais sofreriam novos parcelamentos e na quadra em questão seriam abertas as ruas Basílio da Gama e Gabus Mendes; decisivas na conformação final dos edifícios Esther e Arthur Nogueira..
Lefevre em “De Beco a Avenida: a história da Rua São Luiz” (2006) descreve com rigor as transformações viárias que afetaram a rua São Luiz e nesse processo esclarece também as implicações pertinentes à conformação final da quadra e aos edifícios em questão. As origens das modificações encontram-se no projetoo de 1924 de João Florence de Ulhoa Cintra, que tratava da Avenida de Irradiação. Nesta proposta que antecipa o Plano de Avenidas observa-se uma avenida projetada na bissetriz das esquinas da Ipiranga com sete de abril. Nos anos seguintes esse traçado seria alterado, sobretudo, porque no local da então bissetriz se construirá o edifício Esther e no prolongamento desse eixo projetado a Biblioteca Municipal. Fatos que anos depois provocariam mudanças no sistema viário contido no Plano de Avenidas, já em plena administração de Prestes Maia.
Bibliografia: Edificios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldade de textura e forma, pág 140 – Alessandro José Castroviejo Ribeiro-Tese de doutorado