A atividade econômica apresenta um estreito
relacionamento com o espaço físico que lhe dá suporte, criando o que chamamos
de localização. Assim, o processo de mudança econômica é, ao mesmo tempo, causa
e efeito dos padrões espaciais existentes Estudos sobre teorias da localização,
bem como os modelos propostos para conceituar área de influência, não se
enquadram nos objetivos deste estudo, que não tem como foco planejamento de
centros comerciais, para os quais estas teorias são fundamentais.
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Ladeira Porto Geral esquina 25 de março |
Especificamente os conceitos dos itens seguintes estão
relacionados aos assuntos pertinentes à localização e à definição de área de
comércio.
Vários autores ofereceram definições do conceito sobre
área de comércio. Elas vão desde proposições simples, tais como a de Manoel
Plottkin13, que se refere à área de comércio como “a área geográfica a partir
da qual uma loja atrai seus clientes” e a de Jac Goldstucker14, que a define
como “espaço geográfico no qual os custos de contrato entre compradores e
vendedores são mínimos, de modo que a satisfação tanto dos consumidores como
dos comerciantes deve ser ótima”, até formulações como a de La Londe15,
que expandiu esse raciocínio e introduziu os conceitos de probabilidade e movimento
no espaço, estudados por William Reilley, Paul D. Converse e David Huff define
a área de comércio como:
“[...]
uma região delineada geograficamente, contendo consumidores potenciais para os
quais existe uma probabilidade maior do que zero de comprar produtos e serviços,
vendidos por uma empresa ou um aglomerado de empresas”.
Oito princípios básicos propostos por Richard Nelson
(1958) são apresentados a seguir e consistem em:
Potencial da área: Determinar a área comercial, contar as
pessoas para estimar a densidade da demanda e o poder de compra.
Acesso: Verificar acessibilidade.
Disponibilidade de transportes públicos. Considerar a geração de negócios,
suscetíveis de atração à vizinhança.
Potencial de crescimento: Verificar se o local está em área onde
a população e a renda estão crescendo, visando aos resultados futuros.
Interceptação de negócios: Averiguar se o ponto está entre o
local onde as pessoas moram e o local onde tradicionalmente compram, de forma a
vir a interceptar clientes em sua trajetória, ou seja, localizar o negócio no
caminho percorrido pelos consumidores.
Atração cumulativa: Aplicar o conceito de que o
consumidor prefere comparar diversas lojas antes de efetuar a compra,
principalmente para itens em que preço, padrão, qualidade e moda são
considerações importantes, ou seja, lojas próximas, que atendem a esses
requisitos, podem atrair mais negócios do que as localizadas em separado. 19 NELSON,Richard.
“Retailing Location, Principles and Methods”, 1958,
Compatibilidade: Procurar maximizar a incidência da
proximidade de negócios compatíveis para aumentar o intercâmbio de clientes. A
medida da compatibilidade está ligada a questões do tipo: o negócio “A” ajuda o
negócio “B” ao lado? Ele prejudica “B” ou não causa efeito aparente?
Risco mínimo de concorrência: Selecionar locais onde haja mínima
interceptação de clientes pela concorrência e considerar a possibilidade de
controlar os locais que tenham esse risco.
Aspectos microeconômicos: Analisar o local em termos de
custos, produtividade, rentabilidade e crescimento futuro, considerando
aspectos técnico-econômicos e comerciais.
De um modo geral, a localização de unidades comerciais está
relacionada com a concentração de atividades em um determinado espaço físico, o
que resulta em uma área de comércio, com poder de atração de potenciais
consumidores.
O fator localização deixa de ser relevante para os tipos
de varejistas que operam sem loja, tais como empresas de catálogo, ou para os
varejistas virtuais, que comercializam por meio da internet. Esses modelos
conseguem alcançar seus consumidores independentemente de sua localização
física.
Bibliografia: Oliveira, Ana Maria
de Biazzi Dias de - Dinâmica da Rua de Comércio na Cidade de São Paulo. - 2006