O prefeito Prestes Maia já nos primeiros anos de sua gestão
edita o ato nº 1.573, de 08 de abril de 1939. Através deste ato o prefeito
instituiu o prêmio para os mais belos edifícios construídos na cidade,
considerando a “necessidade de combater a mediocridade e anarquia arquitetônica
que tem enfeiado grande parte dos nossos logradouros”. A medida mostrava-se
como “um estímulo oficial que deve ser compreendido, tanto mais que visa
premiar os que cooperam com os poderes públicos na grandiosa de modernização da
cidade”.
Fachada da entrada principal do Jockey Club de São Paulo |
Prestes Maia também demonstrava forte preocupação com
relação ao desempenho dos edifícios altos. A Revista Acrópole registra no ano
de 1942, o fato de prestes maia ter mudado o regulamento de construções. “Regulamento
que proibiu por exemplo a construção antiestética de “arranha céus” com
tratamento arquitetônico em apenas uma das faces”.
O prefeito, com uma formação bastante clássica, parecia
temer que os novos edifícios modernos valorizassem apenas a fachada principal
com frente para a rua. Mas a arquitetura moderna que era cada vez mais comum na
cidade apresentava um desenho harmônico de todo volume como um objeto a ser
observado isoladamente.
Diversos autores ressaltam que a arquitetura moderna
atingiu um nível de aceitação alto entre a iniciativa privada depois do forte
financiamento do Estado de diversas obras públicas, a começar pelo edifício do
MEC até a construção de Brasília como capital federal.
Em São Paulo, as primeiras experiências modernas
ocorreram por conta da iniciativa privada. As casas de Gregori Warchavichk, na
rua Santa Cruz (1928) e na rua Bahia (1930) e o edifício Columbus de Rino Levi
(1934) foram iniciativas isoladas por força de seus projetistas.
A participação dos arquitetos nas primeiras décadas do
século XX era bastante insignificante, mas começou a aumentar a partir da
década de 1930. Algumas obras de maior vulto foram executadas chamando a
atenção para a participação do arquiteto como profissional da construção da
cidade. Entre elas destacavam-se o Viaduto do Chá, o Estádio Municipal e o
Jockey Club.
A repercussão dos edifícios modernos em revistas especializadas
e em periódicos de maior circulação possibilitou o acesso de um público maior
aos novos desenhos presentes pela cidade.
Bibliografia:
Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os
edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)