Os novos
hotéis da cidade, como o hotel Esplanada, eram mais do que um simples
equipamento urbano destinado a viajantes que transitavam na cidade. Eram também
locais de grandes discussões políticas e manifestações de vanguarda da sociedade
paulistana.
Enquanto os
lares das famílias tradicionais eram ocupados pelos acadêmicos, como nos mostra
Gama, os futuristas se apressavam em ocupar espaços públicos. O salão de Maio
foi a manifestação mais importante desta arte de vanguarda, em 1936. O primeiro
aconteceu no salão vermelho do Hotel Esplanada.
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lateral do Teatro Municipal Hotel Esplanada ao fundo |
A exposição
apresentou novidades mesmo para aqueles acostumados às exposições do Louvre ou
outros museus europeus. Além disso, muitos hotéis tinham bares disputados pela
sociedade paulistana os bares do Hotel Esplanada e Terminus eram chiques e
frequentados pela alta sociedade. “O antigo Hotel Esplanada é um remanescente
das grandes construções que compunham a área envoltória do Teatro Municipal,
formando o mais famoso cartão postal da cidade”.
Ainda na área
de influencia do Teatro Municipal se destacavam dois projetos de Ramos de
Azevedo, os hotéis Central e Britânia ambos situados na Avenida São João. O
Hotel Central foi instalado num belíssimo prédio projetado e construído em
1915, sendo uma das obras mais expressivas da capital naquele período e o
primeiro hotel de quatro pavimentos na capital, segundo fontes obtidas no
próprio hotel.
Nos anos 20 e
30 crescimento da hotelaria cresceu proporcionalmente ao crescimento da cidade.
Em 1920 contava com 25 estabelecimentos e em 1923 já eram 49 hoteis no centro
de São Paulo.
O
fortalecimento da economia industrial no final dos anos 30 favoreceu a
continuidade do crescimento da cidade e a sua importância no cenário nacional.
Ficava claro que São Paulo necessitava de profundas transformações e estas não
tardaram a despontar no planejamento urbano.
Uma das
grandes transformações urbanas, nos anos 30, foi o concurso para o Novo Viaduto
do Chá. Este concurso, além de tratar de questões específicas relativas a um
equipamento urbano, também trouxe à tona novas considerações sobre a cidade
como o crescimento, os novos eixos urbanos, as novas técnicas construtivas e a
inserção do automóvel à vida do paulistano. Todas estas preocupações foram
contempladas no concurso do Viaduto do Chá.
Inaugurado em
1938, o novo viaduto projetado por Elisário Baiana tornou-se marco na vanguarda
construtiva e estética, consolidando o eixo do Teatro Municipal e rompendo com
a arquitetura europeia repleta de ornamentos. Sua arquitetura de linhas retas,
eixos definidos, sem adornos foi um dos primeiros exemplares do Art Déco na
cidade.
Na escola
urbana confirmou o crescimento da cidade rumo ao Centro Novo e ao eixo Ipiranga
– São Luiz
Bibliografia:
Monteiro Ana Carla de Castro Açlves – Os hotéis da Metrópole – O contexto
histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica
hoteleira (1940 – 1960)