A concentração de galerias na região do Centro Novo
aumento a possibilidade de deslocamento pela região. Os caminhos possíveis não
se resumem aqueles estabelecidos pelas vias públicas, mas também pelas
passagens criadas nos pavimentos térreos.
Esta rede de galerias torna as quadras muito mais
permeáveis pela presença de espaços em meio à alta concentração de edifício na
região. Estes espaços de circulação estabelecidos no térreo mudaram a densidade
da malha urbana no nível do pavimento térreo. Novos percursos são criados
dentro da malha tradicional. Esta ligação entre os caminhos é fortalecida pelo
próprio projeto das galerias que muitas vezes estabelece ou ressalta a presença
de uma vizinha. Exemplo mais conhecido é a conexão entre a Galeria Itá e a R.
Monteiro onde a ligação entre as duas ruas por um caminho interno à quadra era
um dado de projeto para a equipe de Rino Levi. A conexão entre os edifícios é
ressaltada pelas grandes aberturas, pelos acessos facilitados, pelos desenhos
das calçadas que se prolongam.
Entre a avenida São João e a rua Barão de Itapetininga-
importantes eixos xulturais da região – a presença das galerias Guatapará,
Itá-R.Monteiro e Grandes Galerias traçam um eixo paralelo às vias existentes:Dom
José de Barros e Conselheiro Crispiniano. A presença de grandes aberturas nos
edifícios Grandes Galerias e R. Monteiro ressaltam a relação destes edifícios
com seu entorno, enfatizando a continuidade do espaço público. Os dois
edifícipos apresentam pavimentos acima da cota do passeio público que abrem
suas visuais para a vida pública nas calçadas. Estes pavimentos tem acesso
facilitado pelas escadas rolantes.
Dentro do perímetro estudado, a quadra que se situa entre
a Avenida Ipiranga e a São Luiz é a que apresenta maior permeabilidade. Ali, a
galeria do Copan abra-se para a passagem da rua Normanda e para a passagem do
edifício Conde Penteado. A galeria do edifício Itália possibilita
“cortar-caminho” pela esquina da quadra, da mesma maneira que o conjunto
Zarvos-Ambassador conecta a rua São Luiz com a Consolação, mesmo estando em
níveis diferentes, Essa relação de continuidade entre as galerias foi
estimulada inclusive pela legislação(lei 5.114, em seu artigo 4º) e criou um
contexto espacial de grande permeabilidade na região do Centro Novo.
A inserção desses diversos edifícios Centro Novo tornou
possível a conexão entre ruas paralelas e diminuiu elo a distância entre
diversos espaços públicos. É possível, por exemplo, estabelecer uma conexão
entre a galeria Nova Barão, das artes, 7 de abril e Ipê. Este mesmo conjunto
quando conectado às galerias Itá- R. Monteiro ou Guatapará e Grandes Galerias
realizam um percurso alternativo entre a Prça Dom José de Barros e o Largo
Paissandu.
Bibliografia:
Costa, Sabrina Studart Fontenele – Relações entre o traçado urbano e os
edifícios modernos no Centro de São Paulo Arquitetura e Cidade (1938-1960)
Doutorado 2010.