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Edificio Metropolitano |
No Edifício Itália a torre desprende se da base, mas as
massas complementares ainda o fazem pesadamente preso ao chão. No Conjunto
Metropolitano ocorrerm mudanças significativas: a separação entre torre e
embasamento é mais evidente e limpa. A racionalidade começa na rua e estende-se
para os interiores da galeria comercial: ali, a força da geometria abstrata
domina os desacertos ou incômodos vindos da periferia do lote. Nesse fluxo
houve uma inversão operativa significativa: o pátio interno – ou vazio_ é a
racionalidade recôndita que potencializa intenções manifestadas no exterior.
O
Conjunto Metropolitano projetado foi fruto de concurso fechado em 1959, denominado
de conjunto edifício “Maximus”, sob iniciatiova da Companhia Santista de
Administração e Comércio e Sociedade Comercial e Construtora S/A
Projetado
por Salvador Candia e Giancarlo Gasperini, em 1960, encerra os anos 50 e inicia
os 60. Não por acaso: sua forma, implantação, limguagem e programa são
articulados de tal maneira que deixam claras as intenções e diferenças entre a
arquitetura moderna e a cidade tradicional; embora não sem alguma dificuldade
de forma. De textura nem tanto.
Localizado
na esquina da Praça Dom José Gaspar com Avenida São Luiz, o Conjunto tem seu
lote decorrente em parte das ocupações na rua São Luiz já no início do século
XX, mas principalmente como decorrência do Plano de Avenidas, a saber: o
alargamento da São Luiz e da Braulio Gomes, o prolongamento da Marconi, ligação
com a Basílio da Gama; além dom importante acerto da geometria entre a esquina
do Conjunto com a Praça Dom José Gaspar (biblioteca). Esse desenho sugere
(apenas em projeção) uma simetria “barroca” a enquadrar um pequeno eixo
monumental compreendendo as ruas Braulio Gomes e Marconi. Dessa dilatação
resultou-se uma reentrância que seria incorporada como indício de uma rua
interna ligando a praça Dom José de Barros à rua Basílio da Gama. Começava
assim um profícuo projetual que aprofundaria essa particularidade engendrada
nas visões urbanísticas de Prestes Maia.
Jaime Cunha Jr fez uma abordagem do edifício Metrópole,
em parte suas análises em torno do edifício e a cidade coincidem com os
propósitos aqui enfrentados. A documentação do edifício é farta, sobretudo a
narrativa da evolução das formas pelos croquis de estudos (2007). De início
Cunha Jr relaciona já nos primeiros estudos a importância da ligação entre a
Basília da Gama e Dom José Gaspar: ali, pelo recorte já citado. “O memorial
descritivo da proposta menciona a importância de tal acesso para a viabilidade
das atividades comerciais, e seu valor na estruturação do partido
arquitetônico, que originou segundo as próprias palavras do arquiteto o “Centro
de Gravidade” de todo o edifício”.
Bibliografia:
Ribeiro, Alessandro José Castroviejo -
Edificios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo: dificuldades de
textura e forma. Tese de doutorado 2010
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