domingo, 14 de outubro de 2012

Conjunto Metropolitano : a separação entre torre e embasamento

Edificio Metropolitano

No Edifício Itália a torre desprende se da base, mas as massas complementares ainda o fazem pesadamente preso ao chão. No Conjunto Metropolitano ocorrerm mudanças significativas: a separação entre torre e embasamento é mais evidente e limpa. A racionalidade começa na rua e estende-se para os interiores da galeria comercial: ali, a força da geometria abstrata domina os desacertos ou incômodos vindos da periferia do lote. Nesse fluxo houve uma inversão operativa significativa: o pátio interno – ou vazio_ é a racionalidade recôndita que potencializa intenções manifestadas no exterior.
            O Conjunto Metropolitano projetado foi fruto de concurso fechado em 1959, denominado de conjunto edifício “Maximus”, sob iniciatiova da Companhia Santista de Administração e Comércio e Sociedade Comercial e Construtora S/A
            Projetado por Salvador Candia e Giancarlo Gasperini, em 1960, encerra os anos 50 e inicia os 60. Não por acaso: sua forma, implantação, limguagem e programa são articulados de tal maneira que deixam claras as intenções e diferenças entre a arquitetura moderna e a cidade tradicional; embora não sem alguma dificuldade de forma. De textura nem tanto.
            Localizado na esquina da Praça Dom José Gaspar com Avenida São Luiz, o Conjunto tem seu lote decorrente em parte das ocupações na rua São Luiz já no início do século XX, mas principalmente como decorrência do Plano de Avenidas, a saber: o alargamento da São Luiz e da Braulio Gomes, o prolongamento da Marconi, ligação com a Basílio da Gama; além dom importante acerto da geometria entre a esquina do Conjunto com a Praça Dom José Gaspar (biblioteca). Esse desenho sugere (apenas em projeção) uma simetria “barroca” a enquadrar um pequeno eixo monumental compreendendo as ruas Braulio Gomes e Marconi. Dessa dilatação resultou-se uma reentrância que seria incorporada como indício de uma rua interna ligando a praça Dom José de Barros à rua Basílio da Gama. Começava assim um profícuo projetual que aprofundaria essa particularidade engendrada nas visões urbanísticas de Prestes Maia.
Jaime Cunha Jr fez uma abordagem do edifício Metrópole, em parte suas análises em torno do edifício e a cidade coincidem com os propósitos aqui enfrentados. A documentação do edifício é farta, sobretudo a narrativa da evolução das formas pelos croquis de estudos (2007). De início Cunha Jr relaciona já nos primeiros estudos a importância da ligação entre a Basília da Gama e Dom José Gaspar: ali, pelo recorte já citado. “O memorial descritivo da proposta menciona a importância de tal acesso para a viabilidade das atividades comerciais, e seu valor na estruturação do partido arquitetônico, que originou segundo as próprias palavras do arquiteto o “Centro de Gravidade” de todo o edifício”.
Bibliografia: Ribeiro, Alessandro José Castroviejo -  Edificios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo: dificuldades de textura e forma. Tese de doutorado 2010

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