segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O Banco Nacional imobiliário alavancou a construção civil em São Paulo

Entre as décadas de 1930-1940, “os arquitetos atuavam como proprietários ou funcionários de grandes firmas construtoras ou de pequenas empresas de projeto e construção que começavam a se estrutura. A maior parte dos clientes dos arquitetos modernos eram fazendeiros, industriais, comerciantes e banqueiros que investiam no mercado imobiliário por iniciativa própria ou através de incorporadoras”.
Edifício Coliseu - Largo do Arouche - SP
Neste contexto, o Banco Nacional Imobiliário (BNI) ganhou destaque como grande empreendedor imobiliário durante a década de 1950.
“Suas obras são voltadas diretamente para as necessidades do mercado de construções carente na época de habitações a preços acessíveis. O BNI investiu num tipo de produção imobiliária conhecida como “condomínio a preço de custo”, uma espécie de cooperativa de construções através de financiamento e parcelamento dos gastos”.(...) O pioneirismo do BNI lhe garantiu a boa reputação e o nome bem estabelecido que alavancaram também os seus investimentos imobiliários. Seus clientes de classe média eram os compradores em potencial dos empreendimentos imobiliários parcelados e de baixo custo erigidos pela Carteira Predial do Banco Real.
A concorrência passou a aumentar e o BNI decidiu investir em arquitetos de renome no cenário nacional para alavancar e diferenciar seus negócios imobiliários. Foram obras realizadas a partir deste modelo e espalhadas pela cidade;
- Edifícos Vila Rica e Normandie (de Franz Heip) localizados na Avenida Nove de Julho;
- O conjunto Coliseu, Capitólio e Paládino (provável autoria de Prestes Maia), localizado no Largo do Arouche;
- Edifício Rangel Pestana ( projeto de Carlos Lemos) na avenida de mesmo nome;
_ Os edifícios Três Marias e Nações Unidas(ambos de Aelardo de Souza) na avenida Paulista.
Também na região da Avenida Paulista , a Sul América Capitalização S.A – que começou a investir no setor de imóveis – incorporou a construção dos edifícios Paulicéia e São Carlos do Pinhal (1956) de Jacques Pilon e Giancarlo Gasperini.

Bibliografia: Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)