quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Galeria Itapetininga

Galeria Itapetininga

A Galeria Itapetininga, inaugurada em 1957, foi construída pela junção de dois edifícios independentes, interligados por um terceiro bloco. Este último, construído no meio da quadra possibilitou a conexão entre as ruas Barão de Itapetininga e 7 de abril, completando o elo de ligação entre os dois edifícios precedentes.
No edifício à rua 7 de abril, uma construção dos anos 20 ou início dos 30, também encontramos marcas da influência europeia. A hierarquia da fachada, os adornos e a estrutura da composição são notadamente uma herança da arquitetura clássica. O térreo, bastante descaracterizado depois da reforma que compôs a galeria, possui um pé-direito de quatro a cinco metros; provavelmente, para possibilitar o emprego da ornamentação sobre as portas e janelas como foi feito nos andares superiores. Amplas bandeiras, com brasões e figuras de animais emolduram as janelas do edifício. No segundo pavimento, elas se abrem para um balcão todo detalhado com balaústres e figuras humanas fundidas às pilastras de sustentação. Delimitado lateralmente a fachada estão as colunas com a clássica divisão: base, coluna e capitel. As figuras humanas adoçadas ao corpo das colunas do segundo pavimento completam a ornamentação da fachada. O último andar, desprovido de ornamentos e com contornos retos, mantém a mesma marcação de aberturas e a mesma proporção dos andares anteriores.
Do outro lado da quadra, na Rua Barão de Itapetininga, um edifício dos anos 40 define a face oposta da galeria. O projeto do Escritório Severo Villares & Cia Ltda, construído pela Construtora Bastos Guimarães foi encomendado pela família Fretin, para abrigar escritórios e apartamentos nos doze andares e espaços comerciais no térreo. A fachada pela repetição das linhas das janelas, moduladas e simetricamente distribuídas, é coesa e simples. A “limpeza” da forma desprovida de ornamentação e o ritmo das aberturas precedem os grandes vão das janelas em extensão (como no Edifício Califórnia, vizinho da galeria), marcando e determinando o conjunto. O beiral sobre o passeio emoldura e protege a entrada da galeria indicando o caminho a ser percorrido por entre as quadras.
No térreo, com pé-direito duplo, os acessos à galeria, antes um aloja comercial e ao edifício de escritórios e apartamentos permanecem por uma moldura diferenciadora, como no projeto original. Esse detalhe mantém a proporção dos andares superiores, deixando 2/3 para acesso à galeria e 1/3 para o edifício.
Bibliografia: Edifícios e Galerias Comerciais. Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50 e 60. Cynthia Augusta Poleto Aleixo – Tese de Mestrado- Universidade de São Carlos.