Diferente do
Rio de Janeiro, São Paulo não dispunha de atrativos turísticos capazes de
assegurar o crescimento do setor hoteleiro. Era necessário então, criá-los. Os
hotéis na cidade eram poucos e muitos não comportavam as novas demandas.
Antigo Hotel Jaraguá, Hoje Novotel |
A metrópole
modernizada em que se transformava São Paulo precisava ir além das indústrias e
das melhorias urbanas. Era necessário que os outros setores, como o comércio e
demais segmentos do setor terciário se expandissem. Cresceram as redes de
ensino, os cursos profissionalizantes os serviços pessoais, emergindo
estabelecimentos de luxo como hotéis, restaurantes, bares, salões de beleza,
clubes, saunas e outros mias.
Impulsionada
pelo grande potencial de desenvolvimento econômico e produtivo da cidade e
aproveitando-se dos festejos do IV Centenário, a prefeitura incentivava iniciativas
capazes de contribuir com a configuração de uma fisionomia metropolitana.
Além disso, a
Comissão do IV Centenário fez um levantamento dos equipamentos disponíveis na
cidade, para suprir as necessidades dos festejos. Foi verificada a ausência de
um número suficiente de hotéis, equipamentos esportivos além de um local
propício para acomodar o centro das comemorações.
Em 1944, a
revista Acrópole apresentou um Plano de Fomento ao Turismo no Estado de São
Paulo. Elaborado pela Divisão de Turismo e Diversões Públicas do Departamento
Estadual de Imprensa e Propaganda o plano visou a melhoria deste potencial e
seu melhor aproveitamento.
O plano
enfatizava um maciço investimento em Propaganda do Turismo, e, sobretudo, na
valorização do potencial econômico-cultural procurando criar novos atrativos
para fomentar o setor hoteleiro. Os projetos propostos pelo Plano de Fomento
estavam intimamente ligados às atividades culturais e às principais atrações da
cidade. O Plano destinava-se a construção dos seguintes estabelecimentos: Grande
Hotel das Monções e Teatro Leopoldo Fróes (localizado na Praça da República);
Hotel das Bandeiras e Parque do Ibirapuera (no Parque do Ibirapuera); Hotel Anhanguera
e Teatro Apolônia Pinto; Hotel Jaraguá e Teatro Ismênia Santos; Hotel Porto Feliz
e Teatro Vasquez (no bairro da Luz) entre outros.
O Plano
evidenciou a preocupação com novas demandas da cidade e do setor hoteleiro.
Podemos observar a intenção clara de modernizar e de propor os hotéis
relacionados a atividades de lazer e recreação, como parques urbanos e
principalmente ligados ao teatro como elemento cultural proeminente naquele
momento.
Bibliografia:
Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto
histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica
hoteleira (1940 – 1960)