terça-feira, 22 de outubro de 2013

As alterações no setor hoteleiro de São Paulo

Diferente do Rio de Janeiro, São Paulo não dispunha de atrativos turísticos capazes de assegurar o crescimento do setor hoteleiro. Era necessário então, criá-los. Os hotéis na cidade eram poucos e muitos não comportavam as novas demandas.
Antigo Hotel Jaraguá, Hoje Novotel
A metrópole modernizada em que se transformava São Paulo precisava ir além das indústrias e das melhorias urbanas. Era necessário que os outros setores, como o comércio e demais segmentos do setor terciário se expandissem. Cresceram as redes de ensino, os cursos profissionalizantes os serviços pessoais, emergindo estabelecimentos de luxo como hotéis, restaurantes, bares, salões de beleza, clubes, saunas e outros mias.
Impulsionada pelo grande potencial de desenvolvimento econômico e produtivo da cidade e aproveitando-se dos festejos do IV Centenário, a prefeitura incentivava iniciativas capazes de contribuir com a configuração de uma fisionomia metropolitana.
Além disso, a Comissão do IV Centenário fez um levantamento dos equipamentos disponíveis na cidade, para suprir as necessidades dos festejos. Foi verificada a ausência de um número suficiente de hotéis, equipamentos esportivos além de um local propício para acomodar o centro das comemorações.
Em 1944, a revista Acrópole apresentou um Plano de Fomento ao Turismo no Estado de São Paulo. Elaborado pela Divisão de Turismo e Diversões Públicas do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda o plano visou a melhoria deste potencial e seu melhor aproveitamento.
O plano enfatizava um maciço investimento em Propaganda do Turismo, e, sobretudo, na valorização do potencial econômico-cultural procurando criar novos atrativos para fomentar o setor hoteleiro. Os projetos propostos pelo Plano de Fomento estavam intimamente ligados às atividades culturais e às principais atrações da cidade. O Plano destinava-se a construção dos seguintes estabelecimentos: Grande Hotel das Monções e Teatro Leopoldo Fróes (localizado na Praça da República); Hotel das Bandeiras e Parque do Ibirapuera (no Parque do Ibirapuera); Hotel Anhanguera e Teatro Apolônia Pinto; Hotel Jaraguá e Teatro Ismênia Santos; Hotel Porto Feliz e Teatro Vasquez (no bairro da Luz) entre outros.
O Plano evidenciou a preocupação com novas demandas da cidade e do setor hoteleiro. Podemos observar a intenção clara de modernizar e de propor os hotéis relacionados a atividades de lazer e recreação, como parques urbanos e principalmente ligados ao teatro como elemento cultural proeminente naquele momento.


Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)