quinta-feira, 2 de junho de 2011

Largo do Paissandú

Naquele largo outrora mal posto, circundado pelos sobrados acaçapados e descorados, onde, atrás de cortinas de filó, sob a luz encarnada, se desmalargo_paissandunchava, noites a fio, a estonteantes bacanais de “farras” intermináveis, entre o galanteio, a paixão desequilibrada, a champanhe, o jogo e....até as desordens. Gartibaldi o último condutor de tiboli da cidade trabalhava de sol a sol de segunda a domingo no Largo do Paissandú. Naquela época Garibaldi era o refúgio de náufragos do amor, da intemperança ou da desilusão. 

O largo é uma evocação da praça pública, onde num contraste consolador se alteia a Igreja do Rosário, transplantada do largo que já teve o seu nome, justamente por tentar perpetuar a tradição católica da cidade.

Paissandú! As gerações se sucederam pronunciando este nome. Ele vive u na boca cosmopolita da população heterogênea de São Paulo.

Paissandú lembra a tomada desta cidade uruguaia numa luta que durou dois meses, antecedente à grande guerra Paraguai.

Segundo o dicionário Histórico de São Paulo, “o nome primitivo do atual Largo da Paissandú era, Praça das Alagoas, denominação popular originada do fato de no local existir diversas nascentes formadoras do riacho Yacuba, em outras tantas pequenas lagoas. A mais volumosa dessas lagoas, receptáculo das demais vertentes, passou chamar-se Tanque do Zunega, a partir de 1870, denominação que, com o correr do tempo, estendeu-se ao largo, relegando ao esquecimento a de Alagoas.

A vertente que partia do Tanque do Zunega partia desaguando no córrego Anhangabaú. Tudo desapareceu pela drenagem do terreno, aterros e a canalização do Anhangabaú.

Bibliografia

Moura, Paulo Cursino – São Paulo  de Outrora – Evocações da Metropole.

domingo, 29 de maio de 2011

Mudança social na Consolação

Jorge Clóvis de Athayde, Consolação uma reportagem histórica

A expansão da área municipal para o lado da Consolação iniciou-se mais ou menos em 1850 somam-se ao apossamento, também um cultismo de importação. Por longo tempo ele se ambientaria no recesso familiar, ditando moda de predileção francesa e com reflexos no comportamento. Vizinhancas

As famílias aristocráticas, que se transladava de suas fazendas para a Capital da Província, foi aos poucos desaparecendo e sendo absorvidos pelo individualismo democrático resultante das novas ideais políticos, decorrência da instalação do Partido Republicano fundado em 17 de janeiro de 1872.

Com isso, a família patriarcal daria lugar à família orgânica, de padrões éticos menos rígidos, e que seria formadora da sociedade fundamental num novo século que batia à porta. Isso porque, com o divórcio entre a igreja e o estado a educação e a assitência-social, tornaram-se menos importante a unidade agregativa da qual no passado, até os escravos faziam parte.

O abrandamento do zelo moral e religioso não só diminuiu a coesão familiar da aristocracia rural, como incutiria princípios outros de igualdade e de fraternidade contidos na nova proposição político-social. Assim, os senhores da propriedade e do poder, ainda que aferrados aos costumes e as suas pias demonstrações de beneficência, tiveram que aceitar as idéias da política federalista, alimentadas pelo fermento republicano.

Assim, despontariam atos de desprendimento abolicionistas com as espontâneas alforrias de escravos e o legado de datas de terra aos mais antigos serviçais. Também, na verdade, tais atitudes de valor altruísmo acobertaram o interesse pela imigração européia, subvencionada por sociedades promotoras. Esse desenvolvimento teve envolvimento de personalidades da Consolação, como Martinico da Silva Prado Junior e Álvaro de Souza Queiroz.

A República, portanto, suprimiria os entraves da estagnação social provocado pela monarquia e favoreceria o livre curso para a aceitação das idéias positivistas da estática e da dinâmica político-sociais. Desapareceria o prevalecer do indivíduo absoluto, como poder política efetivo e econômico. Diluir-se-ia o conceito de governo absoluto, como tutor do homem e da propriedade. Nesta filosofia, concentrou interesses na família orgânica, enquanto o poder temporal pautaria por firmar a harmonia entre as classes hierarquizadas sob o lema: amor por princípio, ordem por base e progresso por fim.