A cidade
vivia um processo de quase completo embelezamento: praças, lojas, passeios e,
principalmente, a construção acelerada de vários palacetes faziam parte do novo
cotidiano. Os estilos variavam, mas a representação era uma só. Afinal, estava
para ser encenado o teatro dessa nova elite paulista, tão carente de símbolos
de civilização.
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Teatro Municipal de São Paulo |
O novo Centro
ampliou os espaços sociais de convivência, até então praticamente restritos aos
encontros familiares ou aos circuitos vizinhos às grandes fazendas. Com a vida
urbana alterava-se padrões e inaugurava-se uma nova arte ‘o bem vestir’.
Entre
cientistas, confeitarias, bondes e muita garoa: um passeio pelo centro de São
Paulo.
Ainda para
Sevcenko, a cidade assumiu uma feição metropolitana a partir dos anos 20,
tornando-se a porta de entrada para o movimento modernista. Essa metamorfose
transformou a capital em uma grande experiência urbana cultural vinculada às
novas tendências da cultura internacional.
Neste
contexto não podemos deixar de mencionar a importância do Teatro Municipal para
o crescimento urbano e cultural do período.
Desde 1911 o
teatro foi o principal meio de difusão cultural da sociedade paulista. Segundo
relato, as temporadas líricas organizadas de 1912 a 1926 levaram à cena cerca
de 270 espetáculos, sendo 88 óperas.
“A década de
20 foi um período de grande efervescência intelectual na cidade. Em essência,
estava em jogo um novo tempo. Iniciava-se a era da modernidade e os homens
públicos procuravam também avançar na maneira de enfrentar a cidade que na
estruturação do espaço urbano do município de São Paulo”.
Segundo
Simões Jr, a polarização dos novos espaços centrais, atraídos pelos novos
investimentos realizados e o crescimento dos elitizados bairros residenciais de
Campos Elísios e Higienópolis situados à oeste da cidade,. Fortalecem a
polarização desta região e sua importância para a nova cidade.
O teatro foi
um elemento indispensável à afirmação da cultura europeia pela qual se
legitimava a elite paulistana.
Bibliografia:
Monteiro, Ana Clara Alves – Os Hotéis da Metrópole (1940 – 1960)