sexta-feira, 26 de julho de 2013

Os hotéis da Bella Epoque paulistana

A cidade vivia um processo de quase completo embelezamento: praças, lojas, passeios e, principalmente, a construção acelerada de vários palacetes faziam parte do novo cotidiano. Os estilos variavam, mas a representação era uma só. Afinal, estava para ser encenado o teatro dessa nova elite paulista, tão carente de símbolos de civilização.
Teatro Municipal de São Paulo
O novo Centro ampliou os espaços sociais de convivência, até então praticamente restritos aos encontros familiares ou aos circuitos vizinhos às grandes fazendas. Com a vida urbana alterava-se padrões e inaugurava-se uma nova arte ‘o bem vestir’.
Entre cientistas, confeitarias, bondes e muita garoa: um passeio pelo centro de São Paulo.
Ainda para Sevcenko, a cidade assumiu uma feição metropolitana a partir dos anos 20, tornando-se a porta de entrada para o movimento modernista. Essa metamorfose transformou a capital em uma grande experiência urbana cultural vinculada às novas tendências da cultura internacional.
Neste contexto não podemos deixar de mencionar a importância do Teatro Municipal para o crescimento urbano e cultural do período.
Desde 1911 o teatro foi o principal meio de difusão cultural da sociedade paulista. Segundo relato, as temporadas líricas organizadas de 1912 a 1926 levaram à cena cerca de 270 espetáculos, sendo 88 óperas.
“A década de 20 foi um período de grande efervescência intelectual na cidade. Em essência, estava em jogo um novo tempo. Iniciava-se a era da modernidade e os homens públicos procuravam também avançar na maneira de enfrentar a cidade que na estruturação do espaço urbano do município de São Paulo”.
Segundo Simões Jr, a polarização dos novos espaços centrais, atraídos pelos novos investimentos realizados e o crescimento dos elitizados bairros residenciais de Campos Elísios e Higienópolis situados à oeste da cidade,. Fortalecem a polarização desta região e sua importância para a nova cidade.
O teatro foi um elemento indispensável à afirmação da cultura europeia pela qual se legitimava a elite paulistana.


Bibliografia: Monteiro, Ana Clara Alves – Os Hotéis da Metrópole (1940 – 1960)

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