sexta-feira, 19 de julho de 2013

O desenvolvimento dos hotéis a partir da década de 20

O crescimento dos espaços públicos como praças, teatros e cinemas e do uso noturno de diversos estabelecimentos devido ao uso da iluminação pública, modificaram os modos e costumes da sociedade paulistana. Os aparelhos de iluminação artificial, cuja tecnologia avançava rapidamente, segundo Rolink introduziram a noite no calendário das famílias paulistanas, abrindo o espaço público para a circulação das mulheres e estabelecendo uma nova vida social. 
Rua XV de novembro em 1900
A elite passou a frequentar espaços que espelhavam o requinte da sociabilidade europeia como teatros, cinemas, restaurantes e cafés. Muitos dos hotéis daquele período apareceram associados a teatros na sua concepção arquitetônica.
A rua começava a perder seu caráter de local de encontro familiar. Ocorreu um deslocamento das atividades sociais que até então eram realizadas nas ruas, para os novos locais como jardins, passeios, galerias, alamedas ou novos edifícios que surgiam na cidade. Deste modo, a avenida passou a ser não só esteio da vida social e cultural da capital, mas o principal modelo do imaginário modernizador da República. A elite paulistana amplia seus espaços de lazer, frequentando o Jockey Club, à rua XV de novembro, que tinha anexas a ele um clube de diversões, com bilhares, jogos lícitos e salas de leitura e palestra.
Aliadas ao crescimento da cidade, as discussões a respeito da necessidade de lei mais eficazes para as novas demandas resultaram em Atos e Decretos que regularizaram a ocupação no Centro Novo. Um exemplo foi o Ato nº 663, de 1934, que “regulamentou o Código Arthur Saboya”. Embora não se referisse especialmente à verticalização, o código procurava incentivá-la através do estabelecimento de alturas máximas consideráveis. Este código é implantado em 1929.
No que tange a legislação, relativa aos hotéis, as preocupações ainda eram restritas, o Código Arthur Saboya, através do ato nº 663 de 1934 publicou apenas cinco artigos sobre as normas a serem adotadas nos projetos e construções destinadas aos hotéis.
Os hotéis mudaram seu perfil construtivo e arquitetônico. Notava-se pela nova legislação, a crescente preocupação com questões sanitárias e um cuidado maior com os ambientes individuais, A estas questões aliam-se considerações de conforto, noções de higiene e acesso a novos acabamentos e equipamentos sanitários.

Bibliografia: Monteiro, Ana Clara Alves – Os Hotéis da Metrópole (1940 – 1960)

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