O crescimento
dos espaços públicos como praças, teatros e cinemas e do uso noturno de
diversos estabelecimentos devido ao uso da iluminação pública, modificaram os
modos e costumes da sociedade paulistana. Os aparelhos de iluminação
artificial, cuja tecnologia avançava rapidamente, segundo Rolink introduziram a
noite no calendário das famílias paulistanas, abrindo o espaço público para a
circulação das mulheres e estabelecendo uma nova vida social.
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Rua XV de novembro em 1900 |
A elite
passou a frequentar espaços que espelhavam o requinte da sociabilidade europeia
como teatros, cinemas, restaurantes e cafés. Muitos dos hotéis daquele período
apareceram associados a teatros na sua concepção arquitetônica.
A rua
começava a perder seu caráter de local de encontro familiar. Ocorreu um
deslocamento das atividades sociais que até então eram realizadas nas ruas,
para os novos locais como jardins, passeios, galerias, alamedas ou novos
edifícios que surgiam na cidade. Deste modo, a avenida passou a ser não só
esteio da vida social e cultural da capital, mas o principal modelo do
imaginário modernizador da República. A elite paulistana amplia seus espaços de
lazer, frequentando o Jockey Club, à rua XV de novembro, que tinha anexas a ele
um clube de diversões, com bilhares, jogos lícitos e salas de leitura e
palestra.
Aliadas ao
crescimento da cidade, as discussões a respeito da necessidade de lei mais
eficazes para as novas demandas resultaram em Atos e Decretos que regularizaram
a ocupação no Centro Novo. Um exemplo foi o Ato nº 663, de 1934, que “regulamentou
o Código Arthur Saboya”. Embora não se referisse especialmente à
verticalização, o código procurava incentivá-la através do estabelecimento de
alturas máximas consideráveis. Este código é implantado em 1929.
No que tange
a legislação, relativa aos hotéis, as preocupações ainda eram restritas, o
Código Arthur Saboya, através do ato nº 663 de 1934 publicou apenas cinco
artigos sobre as normas a serem adotadas nos projetos e construções destinadas
aos hotéis.
Os hotéis mudaram
seu perfil construtivo e arquitetônico. Notava-se pela nova legislação, a
crescente preocupação com questões sanitárias e um cuidado maior com os
ambientes individuais, A estas questões aliam-se considerações de conforto,
noções de higiene e acesso a novos acabamentos e equipamentos sanitários.
Bibliografia:
Monteiro, Ana Clara Alves – Os Hotéis da Metrópole (1940 – 1960)
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