sexta-feira, 12 de julho de 2013

Apontamentos econômicos sobre São Paulo nos anos 30

A nova estrutura política e econômica vinculada ao capital do café acarretou à cidade Avanços tecnológicos e um capital jamais visto.
Naquele momento, vários bancos surgiram na cidade atraídos pela voracidade dos grandes investidores.
As exportações crescentes de café levaram à capitalização de recursos que permitiram a formação das primeiras indústrias de São Paulo, também favorecidas com o excesso de mão de obra imigrante disponível. 
Os bondes dos anos 30
Implantadas ao longo dos terrenos das várzeas dos rios, por onde passavam às ferrovias as fábricas criaram um novo perfil urbano e econômico na cidade acelerando seu crescimento e ampliando a infraestrutura de transporte e energia.
O processo de industrialização acelerou nos anos 30 com a crise do café em função da queda da bolsa de Nova York em 1929, consolidando sua importância na economia paulista. Para Aroldo Azevedo, uma serie de fatores se uniu para o desenvolvimento do parque industrial paulista: 1) a facilidade de obtenção de energia elétrica; 2) a existência de um mercado consumidor interno; 3) o afluxo de capitais tanto estrangeiros, como nacionais; 4) a facilidade de mão de obra operária, oriunda da crise cafeeira de 1929-30 e 5) a existência de uma rede de transporte já consolidada. As ferrovias tiveram a responsabilidade de articular uma rede de subúrbios operários constituídos no entorno de suas estações, dando início a um processo de metropolização.
A cidade perdeu rapidamente os ares de cidade provinciana e, com isto, a sociedade emergente exigiu novos padrões de vida e de instalações.
Em 1930, São Paulo possuía cerca de 900 mil habitantes e a produção de prédios novos se intensificava entre 1920 e 1928.
Segundo Nadia Somek, a recessão econômica, fruto decorrente da crise de 1929, atingiu a produção imobiliária até 1933 quando se registrou uma retomada no crescimento da cidade.
A cidade, neste período, ampliava sua mancha urbana atingindo novos limites dos rios Tietê e Pinheiros. Com a expansão da cidade, as melhorias urbanas, a melhoria dos serviços de transporte e a especulação imobiliária crescente a corretaram um crescimento vertiginoso da área central. A escala urbana, então restrita ao Centro Histórico, foi alterada e a cidade preparava-se para as novas adequações urbanas e arquitetônicas.
Desta forma, o Centro Histórico tornava-se insuficiente para acolher os novos projetos e a malha urbana espalhava-se para a região do novo Viaduto do Chá, da Av: Ipiranga, São Luis e posteriormente para Av: Paulista.
O automóvel e o bonde Adquiriram uma presença marcante, no cenário urbano tornando-se partes da cidade e das atividades quotidianas. Em 192, eram 407 bondes que faziam o transporte de cerca de 104 milhões de pessoas.

Bibliografia: Monteiro, Ana Clara Alves – Os Hotéis da Metrópole (1940 – 1960)

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