quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Largo do Paissandu


Igreja de Santa Ephigenia no Largo de Paissandu

O largo do Paissandu, na sua história, é algo de complicado.  Comecemos pelo nome Paissandu que vem com as primeiras investidas do Brasil na Guerra do Paraguai. Foi naquele ano de 1864, quando o Império influindo na política interna do Uruguai, lançou um pelotão do Exército, comandado pelo general Menna Barreto, para atacar Paissandu. O cerco da praça durou quase um ano, terminando por abrirem as tropas o caminho que desejavam até Montevidéo.
Como o nome Paissandu ficara célebre naquela fase preparatória da Campanha do Paraguai, ao término da luta foi esse nome dado ao Largo.
Antes, no entanto chamava-se Tanque do Zuninga, um tanque que de fato deu nome a toda aquela vasta zona quinhentista e que saia de um riacho chamado Iacuba, riacho esse que hoje, ou ficou seco ou foi canalizado na época.
O fato é que o riacho se espalhava ali pela Avenida São João, Paissandu e adjacências em diversas lagoas que se alastravam sujas, invadindo o terreno e dificultando o trânsito. Por causa destas lagoas o atual Largo do Paissandu chamava-se primeiramente Praça das Lagoas, nome que o povo lhe dava com muita justiça, tantos era os alagados que por ali se estendiam.
Acontece é que nas imediações é que se localizava o Tanque do Zuniga, debatida origem de tantas outras ruas da velha São Paulo. E ele era tanque exatamente porque num recesso baixo do terreno, as águas das lagoas se juntavam em aspecto de tanque.
E o largo Paissandu de hoje também foi chamado Largo do Tanque, ou Tanque do Zuniga, abandonando-se o nome das lagoas.
Onde está o córrego Iacuba se construiu a Avenida Rio Branco e pensar que toda esta água o progresso da cidade bebeu. Mudando o cenário de tal forma que hoje ninguém se lembra como foi o local que agora aparece a pujança do desenvolvimento urbano, com uma linda e tradicional igreja no centro, sem nada saber que ali era um barranco que descambava para a rua do Seminário e para todas aquelas ladeiras que hoje terminam sob o viaduto de Santa Ifigênia

Bibliografia:
São Paulo de Antigamente, historias pitoresca de suas ruas;  Vitor Manuel