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Av: São João 1927 |
Em São Paulo, as obras para execução do Plano de Avenidas
não foram as primeiras de impacto na paisagem paulistana. Já na gestão do
prefeito João Teodoro (1872-1875) uma série de melhorias foi realizada fora do
núcleo original de maneira a potencializar sua ocupação. Entre elas,
destacam-se a reforma do Jardim da Luz, a abertura das ruas João Teodoro (nos
terrenos de Recolhimento da Luz) e Sete de Abril e os melhoramentos da rua do
Gasômetro. Importante ainda citar as reformas de Antônio Prado (1889-1911) que
transformaram o perfil da cidade – entre elas, a abertura da Avenida
Tiradentes, a remodelação do Jardim da Luz, e as melhorias na região da Praça
da república (que marcariam a intenção de aproximar o Centro Novo de Centro
Velho) - e as do Barão de Duprat (1911-1914) o início do alargamento da Avenida
São João.
Em 1911, durante a administração do Barão de Duprat,
foram realizadas as obras propostas pelo francês Bouvard no Vale do Anhangabaú.
A criação de um espaço público qualificado numa área até então desvalorizada
demonstrava o início do deslocamento de uma polaridade na região central.
O Plano de Avenidas de Prestes Maia apresentava uma
proposta para a circulação viária e para a construção de um novo cenário
urbano. Neste momento, passava-se às mãos da iniciativa privada o incentivo à
construção de espaços diferenciados por meio de uma legislação – modificada na
época pelo prefeito – que incentivava a ocupação dos lotes por edifícios que marcassem
a paisagem, seja pelo conjunto arquitetônico que se formaria ao longo das
avenidas, seja pela ocupação dos lotes nos pontos focais do circuito ou pela
implantação em grandes espaços abertos. São exemplos deste processo, os
Edifícios Itália, Copan, Barão de Iguape e a sede do Jornal Estado de São
Paulo. Estes grandes edifícios deveriam marcar a paisagem como elementos de
dimensão urbana de grande relevância na estrutura metropolitana assumindo um
caráter metropolitano.
O aumento do número médio de pavimentos das edificações,
especialmente na região central da cidade, está diretamente associado à busca
de aumentar o potencial construtivo dos terrenos e aos avanços das técnicas
construtivas.
As evoluções técnicas possibilitadas pelos engenheiros
europeus no séculoXIX – entre elas, a utilização de maneira mais intensa do
ferro e do cimento como materiais de construção – foram fundamentais para o
barateamento e a rapidez de execução de novos edifícios.
Bibliografia:
Traçado e Edifícios no Centro de São Paulo. Autora Sabrina Studart Fontenele
Costa