sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Hotel Flórida, onde o requinte e o bom gosto viveram até 1961

O Edifício Flórida, antigo Hotel Flórida, foi construído no final dos anos 40. Sua escritura data de 13 de dezembro de 1949. O projeto encomendado pela Cia de Hotéis foi construído pela Construtora Camargo, e Pacheco S/A e consolidou  a região da Santa Efigênia como o principal  ligação da Estação da Luz ao Centro Novo.
O edifício, coque.
m 16 andares e 83 apartamentos, foi um marco construtivo na Av Senador Queiroz, possuindo uma privilegiada visão da Avenida Ipiranga e da região da várzea do rio Tamanduateí.
Os apartamentos eram amplos e tinham mobiliário especialmente projetado. Muitas pinturas compunham os espaços e painéis do escultor Di Machi situavam-se no hall de entrada e no restaurante do Hotel.
O volume escalonado foi um marco na estética do projeto do Hotel Flórida. Um recurso adotado na época para maior ganho de altura e aproveitamento do uso do lote, no caso deste projeto o evidencia no entorno da Av Senador Queiroz. O uso de mármore no embasamento dos espaços semi-público também mereceu destaque.
Estado atual de conservação
Em 1961, o hotel foi fechado e o edifício adaptado à habitação coletiva. Muitos apartamentos mantiveram elementos originais do hotel (como luminárias, banheiras, pisos e móveis) e outros foram transformados a gosto dos condôminos. As intervenções no edifício foram poucas. As esquadrias, pisos e elementos de fachada foram mantidos e conservados. Ocorreram melhorias sobre tudo, de infraestrutura que visaram garantir a segurança e a manutenção de um edifício “cinquentão” ao uso moderno de seus habitantes.
A fachada foi pintada, as persianas de madeira deterioradas foram trocadas por PVC, porém estas mudanças procuraram manter as características do projeto, agredida somente pela intervenção de um proprietário que cobriu o terraço intermediário com telhas de cimento que, além de trazer falta de segurança aos moradores e pessoas que circulam na região, desfigurou a fachada original do edifício.
O terreno antigamente ocupado por um restaurante, mantém suas portas fechadas. O acesso ao edifício aos finais de semana foi preservado por um acordo entre moradores e os integrantes da feira do “rolo” para preservarem e não cuparem as calçadas na frente do edifício. O subsolo, antigamente ocupado pela cozinha do hotel está vazio.


Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)