Em 1898 surgiram os primeiros indícios de que a igreja iria ser destruída para alargamento da praça e sua subseqüente mudança para o Largo do Paissandu, quando foi inaugurada solenemente aos 15 de abril de 1906, com a benção do cônego João Nepomuceno Manfredo Leite. A irmandade de Nossa Senhora do Rosário, sem a licença do ordinário da Diocese, procurou alienar parte da igreja, ou seja, a sacristia. Por isso foi privada de celebrar ou mandar celebrar qualquer ato religioso pro portaria de 19 de julho de 1898 anulada, aliás, em dezembro pelo cônego Ezechias Galvão da Fontoura. Em 1903 a Câmara Municipal votou a lei nº 670 que declarava “de utilidade publica, para o fim de serem desapropriados, os terrenos e prédios necessários ao aumento do largo do Rosário, pertencentes a Irmandade de Nossa Senhora do Rosario dos Homens Pretos”. A Irmandade pediu a indenização de 500 contos, mas os entendimentos como prefeito chegaram a bom termo com uma indenização de 250 contos. Alegava a Irmandade que “a igreja de Nossa Senhora do Rosario dos Homens Pretos é um monumento histórico de nossa pátria. Data de 1725 a sua ereção naquele local, conforme documentos que possuímos. Os nossos avôs construíram-na em dias santificados, isto é, quando os seus senhores davam licença. Na então Capitania de São Paulo e Minas caminhavam, em 1725, Domingos de Mello Tavares, ermitão de Nossa Senhora do Rosário na busca dos cruzados precisos para a ereção da igreja.
Logo que angariou 10 mil cruzados, pediu licença as autoridades competentes para regularizar a constituição da Irmandade, o que teve lugar anos depois, por Portaria e mando de D. João, então Principe Regente de Portugal. Vê, pois, Vª Exa, que tem a igreja do Rosario um alto valor estimativo para nós e para o país. Não devemos, por conseguinte, transformá-la em arquitetura que faça desaparecer amanhã o seu valor histórico.
Assim, foi derrubada a tradicional igreja e escolhido o Largo Paissandu para a edificação do templo novo que perpetuasse a tradição do antigo. Os moradores do Largo protestaram, alegando a beleza da praça do Paissandu, que seria sacrificada com a construção. Mas prevaleceu a opinião da Câmara. A pedra fundamental do novo templo foi lançada no dia 24 de julho de 1904 e a igreja inaugurada no dia 15 de abril de 1906.
Bibliografia:
Igrejas de São Paulo - Leonardo Arroyo