Cerca
de 69% dos edifícios com endereço na Avenida Nove de Julho foram construídos
nesta época entre os anos de 1950 e 1960, intensificando ainda mais o contraste
de ocupação entre os lotes ao longo da avenida e os lotes espalhados pelo
interior do bairro, e, sobretudo, confirmando a vocação residencial pela avenida
Nove de Julho, que ofereciam principalmente moradias baratas tanto para aluguel
quanto para venda, voltada a um público empregado nas redondezas, constituídos
por solteiros, novos casais e famílias pequenas.
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Avenida 9 de julho , São Paulo, em 1940 |
A
legislação estudada demonstrou que grande parte das ações do poder público
sobre o Centro Novo ocorreu na gestão de Prestes maia. Alí estão registradas a
abertura, largamento e ampliação das vias para execução de seu circuito viário.
O ato nº 1574, de 15 de junho de 1939, aprovou o projeto de alargamento da rua
Senador Queiroz ( em toda a sua extensão), enquanto os atos 1.576 e 1577 de 19
de junho de 1939, aprovaram a abertura das ruas que ligavam a Praça João Mendes
à avenida Brigadeiro Luiz Antonio e a rua Major Quedinho à rua Santo Antônio,
respectivamente. Próxima à Praça da República, o Decreto nº 239, de 21 de
novembro de 1941, registrava as obras de melhoramentos urbanísticos na Avenida
Rangel Pestana, nas proximidades da Praça da Sé, declarando inclusive de
utilidade pública os imóveis ali localizados que fossem atingidos.
Além
de priorizar a abertura de novas vias de ligação, a legislação de Prestes Maia
buscava realizar obras de melhorias nos espaços públicos que se
localizavam ao longo do circuito
expresso. O largo Paissandu deveria ser remodelado ( segundo Decreto Lei n° 46,
de 25 de novembro de 1940), a Praça João Mendes deveria ser ampliada ( a partir
da desapropriação dos imóveis situados
às ruas Irmãs Simpliciana, Onze de Agosto e Conde de Pinhal, segundo
Decreto nº 252, de 14 de outubro de 1941. Além disto, a Lei nº 3633 de setembro
de 1937, previa a construção do Paço Municipal na área do Carmo, a partir da
desapropriação dos imóveis da região (Decreto nº 313, de 11 de abril de 1942).
A ideia do Paço Municipal era antiga e fora objeto de concurso da prefeitura em
1921 e em 1939, já na gestão de Prestes Maia.
No
entanto o projeto vencedor, de autoria do escritório Severo & Villares,
nunca foi construído.
Em
1941, foi publicado o Decreto lei n° 92 que redefinia o perímetro da área
central – incluindo as avenidas Ipiranga, entre as ruas São Luiz e Consolação,
e 9 de julho, entre o prolongamento da rua São Luiz e o viaduto Martinho Prado –
que aumentava a altura dos edifícios em função da largura igual ou superior a
12 até 18 metros; e 80 metros nas de
largura igual ou superior a 18 metros.
Em alguns casos, o decreto lei estabelecia alturas para determinadas vias de
zona central.
Bibliografia:
Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os
edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)