Hoje a
Avenida Rio Branco é um larga avenida resultado do tempo em que São Paulo procurava o progresso a qualquer
preço.
Alargada
em tempo recorde pelo governo Adhemar de Barros, que em 180 dias, mexendo na
antiga rua Visconde do Rio Branco, transformou numa avenida moderna. Hoje é uma
das belas artérias no corpo da cidade.
Os
historiadores contam que antes da avenida havia o antigo caminho de Piratininga,
porque ao tempo em que esse fato terreno foi cedido, lá pelo ano de 1598, a
Sebastião de Freitas, havia ali uma lagoa muito grande que também foi retirada
por outros como existindo no Largo Paissandu, no mesmo Caminho de Piratininga,
mas com o nome de Tanque do Zuninga. Mas tudo isso é ainda confuso.
Sabe-se,
entretanto que o Caminho de Piratininga começava mesmo ali no centro da cidade,
no Paissandu, para ir em linha reta onde hoje é a Avenida Rio Branco, até os
Campos Elíseos, seguindo depois pelo Bom Retiro até as margens do rio Tietê.
Como é complicado
aranhar o sistema topográfico da velha vila de Piratininga, onde tudo era velha
de fato, mas já com ânsia do novo.
O nome
Visconde de Rio Branco sucedeu a outra designação típica da época. Ela chamava-se
Avenida Bambu até a margem do Rio Tietê.
O Barão
de Rio Branco era filho do Visconde de Rio Branco , mas a rua é em homenagem ao
pai, José Maria da Silva Paranhos, um dos grandes nomes do império. Baiano de
origem, que foi primitivamente graduado pela Escola Militar, depois deputado,
ministro e presidente do Conselho
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Visconde de Rio Branco |
José
Maria da Silva Paranhos nasceu em 16 de março de 1819 na cidade de São Salvador da Baía de Todos os Santos na então capitania da Bahia. Seu pai era o português Agostinho da Silva
Paranhos que imigrou para o Brasil com o irmão João na primeira década do
século XIX. Agostinho casou-se com Josefa Emerenciana de
Barreiros e trabalhou como negociante de fazendas, alcançando notoriedade por
sua honestidade e pela filantropia que realizou. José
Paranhos perdeu o pai ainda criança, o que resultou em um período de grande
dificuldade financeira para a sua família. Sua
mãe veio a falecer alguns anos mais tarde.
Seu tio materno, o coronel
de engenheiros Eusébio Gomes Barreiros, ajudou sua família e financiou seus
estudos, enviando-o para o Rio de Janeiro em 1835. Ingressou no ano seguinte na Academia da Marinha para realizar o curso de humanidades
para a carreira de ciências e da administração, mas não a freqüentou por muito tempo e
logo se matriculou no curso de Engenharia na Escola Militar, que se situava num grande edifício no Largo de São Francisco de Paula. Lecionou em ambas as escolas como professor substituto e graduou-se em ciências matemáticas com louvor tendo se distinguido pelo
"comportamento exemplar, raro talento e incessante aplicação." Tornou-se membro da Maçonaria nesta
época, por volta de 1840, chegando a publicar um folheto a respeito da
"Constituição Maçônica".
Paranhos contraiu matrimônio
com Teresa de Figueiredo Faria em 1842. Dos nove filhos que tiveram, somente o
mais velho, José Maria da Silva Paranhos Júnior, teve alguma proeminência
na vida pública nacional. Matriculou os filhos no Colégio Pedro II e buscou incutir-lhes os valores
monárquicos e dinásticos provenientes da sociedade imperial da época. Paranhos ingressou em 1847 na carreira
do magistério sendo elevado a lente catedrático do 6º ano na Escola Militar
onde poucos anos antes havia estudado. Permaneceu no cargo até 1863, ensinando
as disciplinas de aritmética, artilharia
e fortificações permanentes, mecânica, economia política, estatística e direito
administrativo. Em 1848 iniciou a
sua atuação como jornalista ocupando a posição de um dos principais redatores
do periódico liberal Novo Tempo e mais tarde no moderado Jornal do Comercio,
onde angariou grande renome pelas críticas ferozes que desferiu contra o
ditador argentino Juan Manuel de Rosas.
É a este ilustre brasileiro
que o nome da Avenida homenageia.
Bibliografia:
São Paulo de
Antigamente-História Pitoresca de suas ruas –Vitor Manoel