sábado, 10 de setembro de 2011

Avenida Visconde de Rio Branco


Hoje a Avenida Rio Branco é um larga avenida resultado do tempo em que  São Paulo procurava o progresso a qualquer preço.
Alargada em tempo recorde pelo governo Adhemar de Barros, que em 180 dias, mexendo na antiga rua Visconde do Rio Branco, transformou numa avenida moderna. Hoje é uma das belas artérias no corpo da cidade.
Os historiadores contam que antes da avenida havia o antigo caminho de Piratininga, porque ao tempo em que esse fato terreno foi cedido, lá pelo ano de 1598, a Sebastião de Freitas, havia ali uma lagoa muito grande que também foi retirada por outros como existindo no Largo Paissandu, no mesmo Caminho de Piratininga, mas com o nome de Tanque do Zuninga. Mas tudo isso é ainda confuso.
Sabe-se, entretanto que o Caminho de Piratininga começava mesmo ali no centro da cidade, no Paissandu, para ir em linha reta onde hoje é a Avenida Rio Branco, até os Campos Elíseos, seguindo depois pelo Bom Retiro até as margens do rio Tietê.
Como é complicado aranhar o sistema topográfico da velha vila de Piratininga, onde tudo era velha de fato, mas já com ânsia do novo.
O nome Visconde de Rio Branco sucedeu a outra designação típica da época. Ela chamava-se Avenida Bambu até a margem do Rio Tietê.
O Barão de Rio Branco era filho do Visconde de Rio Branco , mas a rua é em homenagem ao pai, José Maria da Silva Paranhos, um dos grandes nomes do império. Baiano de origem, que foi primitivamente graduado pela Escola Militar, depois deputado, ministro e presidente do Conselho
Visconde de Rio Branco
José Maria da Silva Paranhos nasceu em 16 de março de 1819 na cidade de São Salvador da Baía de Todos os Santos na então capitania da Bahia. Seu pai era o português Agostinho da Silva Paranhos que imigrou para o Brasil com o irmão João na primeira década do século XIX. Agostinho casou-se com Josefa Emerenciana de Barreiros e trabalhou como negociante de fazendas, alcançando notoriedade por sua honestidade e pela filantropia que realizou. José Paranhos perdeu o pai ainda criança, o que resultou em um período de grande dificuldade financeira para a sua família. Sua mãe veio a falecer alguns anos mais tarde.
Seu tio materno, o coronel de engenheiros Eusébio Gomes Barreiros, ajudou sua família e financiou seus estudos, enviando-o para o Rio de Janeiro em 1835. Ingressou no ano seguinte na Academia da Marinha para realizar o curso de humanidades para a carreira de ciências e da administração, mas não a freqüentou por muito tempo e logo se matriculou no curso de Engenharia na Escola Militar, que se situava num grande edifício no Largo de São Francisco de Paula. Lecionou em ambas as escolas como professor substituto e graduou-se em ciências matemáticas com louvor tendo se distinguido pelo "comportamento exemplar, raro talento e incessante aplicação." Tornou-se membro da Maçonaria nesta época, por volta de 1840, chegando a publicar um folheto a respeito da "Constituição Maçônica".
Paranhos contraiu matrimônio com Teresa de Figueiredo Faria em 1842. Dos nove filhos que tiveram, somente o mais velho, José Maria da Silva Paranhos Júnior, teve alguma proeminência na vida pública nacional. Matriculou os filhos no Colégio Pedro II e buscou incutir-lhes os valores monárquicos e dinásticos provenientes da sociedade imperial da época. Paranhos ingressou em 1847 na carreira do magistério sendo elevado a lente catedrático do 6º ano na Escola Militar onde poucos anos antes havia estudado. Permaneceu no cargo até 1863, ensinando as disciplinas de aritmética, artilharia e fortificações permanentes, mecânica, economia política, estatística e direito administrativo. Em 1848 iniciou a sua atuação como jornalista ocupando a posição de um dos principais redatores do periódico liberal Novo Tempo e mais tarde no moderado Jornal do Comercio, onde angariou grande renome pelas críticas ferozes que desferiu contra o ditador argentino Juan Manuel de Rosas.
É a este ilustre brasileiro que o nome da Avenida homenageia.
Bibliografia:
São Paulo de Antigamente-História Pitoresca de suas ruas –Vitor Manoel

domingo, 4 de setembro de 2011

Rua Mauá


Antiga Rua da Estação depois rua Mauá em homenagem a Irineu Evangelista de Souza, Barão e Visconde de Mauá.
Ferrovia Santos- Jundiaí em 1920
Irineu Evangelista de Sousa nasceu em Jaguarão - Rio Grande do Sul, em 28 de dezembro de 1813. Foi um notável empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro, um símbolo dos empreendedores do país no século 19.

Aos cinco anos de idade, Irineu perdeu o pai, assassinado. Três anos depois, sua mãe se casou de novo e o entregou a um tio. Após um período em São Paulo, Irineu viajou para o Rio de Janeiro e, aos 11 anos, empregou-se como balconista de uma loja de tecidos.

Em 1829, a loja foi adquirida por Ricardo Carruthers (1830), que ensinou ao jovem inglês, contabilidade e a arte de comerciar. Aos 23 anos, Irineu já era sócio da firma. No ano seguinte, em 1837, com a volta dos donos para a Inglaterra, Irineu ficou na direção do negócio.

Comprou uma chácara em Santa Teresa e ajudou os revolucionários farroupilhas a fugir das prisões no Rio de Janeiro. Em 1839 foi ao Sul buscar a mãe e uma tia. Com elas veio Maria Joaquina Machado, com quem ele se casou em 1841.

A sua primeira viagem à Inglaterra em 1840, convenceu-o de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Em 1844, a lei Alves Branco elevou a tarifa sobre as importações e no ano seguinte Irineu fechou a casa Carruthers & Cia.

Iniciando o ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou a indústria naval brasileira (1846), em Niterói, e, em um ano, já tinha a maior indústria do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamentos de água. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro.

Foi pioneiro no campo dos serviços públicos: fundou uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro (1851), organizou as companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas (1852), implantou nossa primeira estrada de ferro, de Raiz da Serra à cidade de Petrópolis RJ (1854), inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora (1854) e realizou o assentamento do cabo submarino (1874).

Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company, da Ferrovia Dom Pedro 2º. (atual Central do Brasil) e da São Paulo Railway (Santos-Jundiaí).

Iniciou a construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa. No final da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova York, Buenos Aires e Montevidéu.

Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata (1850) e, assim, tornou-se persona non grata no Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações.

Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato (1873) para cuidar de seus negócios, ameaçado desde a crise bancária (1864). Com a falência do Banco Mauá (1875) o visconde viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Mauá deu um exemplo de honradez quando incluiu, na listagem para leilão, seus bens pessoais, como os aros de ouro de seus óculos.
Foi um grande do Império, dignatário da Ordem da Rosa, Comendador da Ordem Cristo e membro honorário do Instituto Histórico. Publicou diversos relatórios, instruções, apontamentos, manifestos e estatutos.

Doente, com o organismo minado pelo diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas. Ao longo da vida recebeu os títulos de barão (1854) e visconde (1874) de Mauá.
Faleceu em Petrópolis - Rio de Janeiro, em 20 de outubro de 1889.


Bibliografia:
São Paulo de Antigamente, História pitoresca de suas ruas, Vitor Manuel, 1976