Todos os Centros da Paulicéia - Ponciano, Levino
A Rua Sete de abril nasceu em 1872 e no início era um simples caminho que ia do Largo dos Curros (praça da República) ao largo da memória., no largo muito mais amplo que o Anhangabaú. Seu primeiro nome era Rua da Ponte Nova do Lorena. Com a abertura da Faculdade de Direito, a rua mudou de nome e ganhou vida nova. Era a famosa Rua da Palha, onde os estudantes criaram suas repúblicas.
Alguns anos depois, a Rua da Palha abrigou uma nova clientela trazida pela atividade de belas jovens barulhentas, cuja profissão era fazer felizes os garotos estudantes. Eram as prostitutas “polacas” chegando para a alegria dos futuros advogados.
O nome sete de abril veio da abdicação de Dom Pedro I, em 1831. O filho do imperador, Dom Pedro II, tinha seis anos na época e ficou sob a tutela de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da nossa independência.
O mundo dos primeiros anos de São Paulo girava em torno do centro; tanto, que o maior museu da América Latina se fixou na Rua Sete de abril de 1947 a 1968. Aí, sim, o centro ficou mais central. Funcionava no prédio dos Diários e Emissoras Associadas, o grande edifício que Assis Chateaubriand ergueu para comparar-se ao dos Matarazzo, seus arquiinimigos. Como vingança, Chateaubriand comprou terrenos na Rua 7 de abril e fez um edifício de quinze andares, dois a mais que o dos rivais, com o mesmo mármore da melhor qualidade que eles usaram e com um andar dotado de dois mezaninos de 500 metros quadrados. Ele instalou um museu de arte antiga e moderna, projetado pelo arquiteto Villanova Artigas. Era muita ambição ter um museu dessa importância, com acervo em grande parte adquirido por alto preço. Mas ele conseguiu!
Na Rua: Sete de Abril estava também um clube de artistas e dos amigos das artes, ponto de encontro de escritores, jornalistas, intelectuais, artistas plásticos e boêmios em geral.