Galeria Itapetininga |
A Galeria Itapetininga, inaugurada em 1957, foi
construída pela junção de dois edifícios independentes, interligados por um
terceiro bloco. Este último, construído no meio da quadra possibilitou a
conexão entre as ruas Barão de Itapetininga e 7 de abril, completando o elo de
ligação entre os dois edifícios precedentes.
No edifício à rua 7 de abril, uma construção dos anos 20
ou início dos 30, também encontramos marcas da influência europeia. A
hierarquia da fachada, os adornos e a estrutura da composição são notadamente
uma herança da arquitetura clássica. O térreo, bastante descaracterizado depois
da reforma que compôs a galeria, possui um pé-direito de quatro a cinco metros;
provavelmente, para possibilitar o emprego da ornamentação sobre as portas e
janelas como foi feito nos andares superiores. Amplas bandeiras, com brasões e
figuras de animais emolduram as janelas do edifício. No segundo pavimento, elas
se abrem para um balcão todo detalhado com balaústres e figuras humanas
fundidas às pilastras de sustentação. Delimitado lateralmente a fachada estão
as colunas com a clássica divisão: base, coluna e capitel. As figuras humanas
adoçadas ao corpo das colunas do segundo pavimento completam a ornamentação da
fachada. O último andar, desprovido de ornamentos e com contornos retos, mantém
a mesma marcação de aberturas e a mesma proporção dos andares anteriores.
Do outro lado da quadra, na Rua Barão de Itapetininga, um
edifício dos anos 40 define a face oposta da galeria. O projeto do Escritório Severo
Villares & Cia Ltda, construído pela Construtora Bastos Guimarães foi
encomendado pela família Fretin, para abrigar escritórios e apartamentos nos
doze andares e espaços comerciais no térreo. A fachada pela repetição das
linhas das janelas, moduladas e simetricamente distribuídas, é coesa e simples.
A “limpeza” da forma desprovida de ornamentação e o ritmo das aberturas
precedem os grandes vão das janelas em extensão (como no Edifício Califórnia,
vizinho da galeria), marcando e determinando o conjunto. O beiral sobre o
passeio emoldura e protege a entrada da galeria indicando o caminho a ser
percorrido por entre as quadras.
No térreo, com pé-direito duplo, os acessos à galeria,
antes um aloja comercial e ao edifício de escritórios e apartamentos permanecem
por uma moldura diferenciadora, como no projeto original. Esse detalhe mantém a
proporção dos andares superiores, deixando 2/3 para acesso à galeria e 1/3 para
o edifício.
Bibliografia: Edifícios e Galerias Comerciais. Arquitetura e Comércio na Cidade
de São Paulo, anos 50 e 60. Cynthia Augusta Poleto Aleixo – Tese de Mestrado-
Universidade de São Carlos.
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