sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Os novos hotéis da cidade

Os novos hotéis da cidade, como o hotel Esplanada, eram mais do que um simples equipamento urbano destinado a viajantes que transitavam na cidade. Eram também locais de grandes discussões políticas e manifestações de vanguarda da sociedade paulistana.
Enquanto os lares das famílias tradicionais eram ocupados pelos acadêmicos, como nos mostra Gama, os futuristas se apressavam em ocupar espaços públicos. O salão de Maio foi a manifestação mais importante desta arte de vanguarda, em 1936. O primeiro aconteceu no salão vermelho do Hotel Esplanada.
lateral do Teatro Municipal Hotel Esplanada ao fundo
A exposição apresentou novidades mesmo para aqueles acostumados às exposições do Louvre ou outros museus europeus. Além disso, muitos hotéis tinham bares disputados pela sociedade paulistana os bares do Hotel Esplanada e Terminus eram chiques e frequentados pela alta sociedade. “O antigo Hotel Esplanada é um remanescente das grandes construções que compunham a área envoltória do Teatro Municipal, formando o mais famoso cartão postal da cidade”.
Ainda na área de influencia do Teatro Municipal se destacavam dois projetos de Ramos de Azevedo, os hotéis Central e Britânia ambos situados na Avenida São João. O Hotel Central foi instalado num belíssimo prédio projetado e construído em 1915, sendo uma das obras mais expressivas da capital naquele período e o primeiro hotel de quatro pavimentos na capital, segundo fontes obtidas no próprio hotel.
Nos anos 20 e 30 crescimento da hotelaria cresceu proporcionalmente ao crescimento da cidade. Em 1920 contava com 25 estabelecimentos e em 1923 já eram 49 hoteis no centro de São Paulo.
O fortalecimento da economia industrial no final dos anos 30 favoreceu a continuidade do crescimento da cidade e a sua importância no cenário nacional. Ficava claro que São Paulo necessitava de profundas transformações e estas não tardaram a despontar no planejamento urbano.
Uma das grandes transformações urbanas, nos anos 30, foi o concurso para o Novo Viaduto do Chá. Este concurso, além de tratar de questões específicas relativas a um equipamento urbano, também trouxe à tona novas considerações sobre a cidade como o crescimento, os novos eixos urbanos, as novas técnicas construtivas e a inserção do automóvel à vida do paulistano. Todas estas preocupações foram contempladas no concurso do Viaduto do Chá.
Inaugurado em 1938, o novo viaduto projetado por Elisário Baiana tornou-se marco na vanguarda construtiva e estética, consolidando o eixo do Teatro Municipal e rompendo com a arquitetura europeia repleta de ornamentos. Sua arquitetura de linhas retas, eixos definidos, sem adornos foi um dos primeiros exemplares do Art Déco na cidade.
Na escola urbana confirmou o crescimento da cidade rumo ao Centro Novo e ao eixo Ipiranga – São Luiz


Bibliografia: Monteiro Ana Carla de Castro Açlves – Os hotéis da Metrópole – O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)

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