domingo, 11 de janeiro de 2015

Preste Maia torna-se o cavaleiro ante mediocridade

O prefeito Prestes Maia já nos primeiros anos de sua gestão edita o ato nº 1.573, de 08 de abril de 1939. Através deste ato o prefeito instituiu o prêmio para os mais belos edifícios construídos na cidade, considerando a “necessidade de combater a mediocridade e anarquia arquitetônica que tem enfeiado grande parte dos nossos logradouros”. A medida mostrava-se como “um estímulo oficial que deve ser compreendido, tanto mais que visa premiar os que cooperam com os poderes públicos na grandiosa de modernização da cidade”.
Fachada  da entrada principal do Jockey Club de São Paulo
Prestes Maia também demonstrava forte preocupação com relação ao desempenho dos edifícios altos. A Revista Acrópole registra no ano de 1942, o fato de prestes maia ter mudado o regulamento de construções. “Regulamento que proibiu por exemplo a construção antiestética de “arranha céus” com tratamento arquitetônico em apenas uma das faces”.
O prefeito, com uma formação bastante clássica, parecia temer que os novos edifícios modernos valorizassem apenas a fachada principal com frente para a rua. Mas a arquitetura moderna que era cada vez mais comum na cidade apresentava um desenho harmônico de todo volume como um objeto a ser observado isoladamente.
Diversos autores ressaltam que a arquitetura moderna atingiu um nível de aceitação alto entre a iniciativa privada depois do forte financiamento do Estado de diversas obras públicas, a começar pelo edifício do MEC até a construção de Brasília como capital federal.
Em São Paulo, as primeiras experiências modernas ocorreram por conta da iniciativa privada. As casas de Gregori Warchavichk, na rua Santa Cruz (1928) e na rua Bahia (1930) e o edifício Columbus de Rino Levi (1934) foram iniciativas isoladas por força de seus projetistas.
A participação dos arquitetos nas primeiras décadas do século XX era bastante insignificante, mas começou a aumentar a partir da década de 1930. Algumas obras de maior vulto foram executadas chamando a atenção para a participação do arquiteto como profissional da construção da cidade. Entre elas destacavam-se o Viaduto do Chá, o Estádio Municipal e o Jockey Club.
A repercussão dos edifícios modernos em revistas especializadas e em periódicos de maior circulação possibilitou o acesso de um público maior aos novos desenhos presentes pela cidade.


Bibliografia: Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960) 

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