domingo, 11 de março de 2012

Vista a degradação do bairro da Luz

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O bairro da Luz, ao contrário dos Campos Elíseos, foi tomado por loteamentos de caráter eminentemente popular e, após a construção da nova estação, a Rua José Paulino ficou unida à Couto de Magalhães por um viaduto. Nessa região, à primeira função residencial seguiu-se a comercial e industrial e, nas primeiras décadas do século XX, as antigas residências foram sendo  progressivamente adaptadas às novas funções.
A implantação da linha ferroviária Sorocabana foi outro fator a influenciar essa metamorfose na região; o Bom Retiro, bairro proletário ocupado por imigrantes italianos começa neste momento a acolher oficinas, em sua maioria para confecções de roupas, ao lado das quais surge um comércio que vai se instalar nas antigas residências. As habitações ainda existentes, são modestas e, em sua maioria, de caráter  coletivo: depois começaram a sugerir edifícios residenciais que contrastam com o resto do bairro. As ruas Aimorés, Timbiras, Amador Bueno e outras, adquiriram má  reputação, devido ao meretrício, fato que refletiu, segundo os estudos, numa estagnação da região. Os serviços de hotelaria, incluindo pensões, foram se desenvolvendo nas ruas General Osório, Mauá, Couto de Magalhães, Casper Libero, Brigadeiro Tobias e carcanias.
O estudo, ao analisar o estado da região, em 1974, observou que ambos os lados da Avenida Tiradentes apresentavam todas as características de degeneração urbana. Além disso, a colocação, naquele momento recente, de grandes cercando o jardim da Luz associados ao fato de serem os lados deste ocupados por estacionamento de ônibus, sufocaram a área verde, que teve suas funções prejudicadas.
O entorno da estação ressentia-se do trânsito e de um conjunto de edifícios parcialmente demolidos. No conjunto politécnico, os edifícios foram envolvidos pela sucessiva construção de galpões que vieram a saturar a quadra e, dada a mudança da Politécnica para a Cidade Universitária, a situação só piorou. Do lado leste a Tiradentes apresentaria o mesmo fenômeno de degenaração urbana, sendo que edifícios importantes, como o Convento da Luz e o Museu de Arte Sacra, estariam sendo, segundo a leitura realizada, prejudicados pelo seu entorno.

Bibliografia:
Moreira, Carolina Margarido - Intervenções urbanas contemporâneas: o caso da área da Luz no centro de SP. Pág 52 e 53 

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