Em São Paulo, a produção arquitetônica hoteleira era
diferente da produção realizada no Rio de Janeiro e em outras capitais
brasileiras. A influência da cultura e da cultura e da produção americana foi
um dos fatores cruciais para a compreensão dos exemplares que iremos
apresentar.
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Hotel Boutique - Jardins - São Paulo |
Como vimos os edifícios que surgiram na cidade
apresentaram grandes semelhanças com os edifícios construídos nas grandes
cidades americanas, principalmente Nova Iorque e Chicago. Em meados dos anos 50
o esforço de retomada do setor hoteleiro chegou redobrado à cidade de São Paulo
em virtude da comemoração do IV Centenário.
Havia uma grande necessidade de novos hotéis na cidade e,
para isto, a prefeitura aumentou os incentivos para a construção e inauguração
dos mesmos. O principal incentivo foi a Lei nº 4281, de 3 de setembro de 1952,
“Lei de incentivo à instalação hoteleira lançada pela comissão do IV
Centenário, que percebe o déficit do setor prevendo a recepção de um número
generoso de turistas por ocasião dos festejos.”
A lei dispõe sobre a isenção de impostos, até 1962, para
os hotéis em construção ou que estivessem concluídos até 25 de janeiro de 1954.
Era de grande importância que estes estivessem prontos para as comemorações do
IV Centenário. A lei ainda previa algumas mudanças nos programas adotados até
então. As mudanças visavam maior privacidade, conforto e sociabilidade com
espaços comuns. Estes novos hotéis deveriam ter: quartos com sala de banho
privativa na quantidade mínima de 50; vestíbulo; sala de espera; refeitório;
sala de leitura;
Além disso, bar e salão de festas compatíveis com a
natureza e dimensões do hotel.
Desta forma, a hotelaria e a construção dos novos hotéis
foram modificados de modo a aumentar os lucros e a valorizar a indústria
hoteleira crescente na cidade. O planejamento adequado garatia um retorno
seguro aos investimentos iniciais e à crescente demanda da metrópole.
A industrialização crescente da cidade possibilitava
conquistas valiosas na busca de maiores lucros nos projetos hoteleiros. O uso
de elevadores, concreto armado, elementos pré-moldados, caixilhos
pré-fabricados em grande escala, possibilitavam uma elevação de gabarito dos
edifícios, consequentemente um melhor aproveitamento do lote e, sobretudo, uma
redução do tempo de obra. Alguns destes itens eram reforçados pela propaganda
da época como caráter de modernidade do projeto e do edifício.
Bibliografia:
Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto
histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica
hoteleira (1940 – 1960)
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