A adoção da
arquitetura moderna e a industrialização possibilitaram a produção de elementos
em grande escala, maior agilidade e menor tempo de obra, para uma cidade que
buscava um crescimento rápido e lutava contra o tempo curto estas foram as
respostas necessárias para sua escolha. Deste modo, a evolução dos novos hotéis
que surgiram na cidade não demorou a mostrar novidades e, sobretudo, grandes
inovações.
![]() |
Conjunto Nacional - Av Paulista - SP |
Sobre a
volumetria dos hotéis, a maioria dos novos hotéis nos anos 40 e 50 romperam o
gabarito dos 10 andares e utilizaram-se de fachadas despojadas e limpas de
ornamentos.
Sobre as
novas fachadas, como vários projetos produzidos naquele período, a lógica de
volumes sobrepostos foi reforçada, exemplos diversos surgiram na cidade: o Conjunto
Nacional, o Edifício Nações Unidas e o Banco Sul Americano eram exemplos de
belas edificações na cidade. Não se tratavam mais os edifícios isolados na
cidade, porém volumes integrados entre si e ao ambiente urbano.
A mudança das
características estéticas dos hotéis tem, a nosso ver, dois momentos distintos
na cidade de São Paulo. O primeiro, visível na menor parte dos projetos
evidenciava edifícios de porte menor, menor gabarito e menor arrojo no programa
e na estética de suas fachadas.
A segunda
fase foi mais audaciosa. Os novos edifícios romperam as alturas dos demais e
muitos se destacaram no skyline da cidade e muitos representaram um momento de
arrojo tanto construtivo como estético.
Sobre o
programa, este foi incrementado com a adoção de usos mistos e a adoção de novas
tecnologias construtivas, o que possibilitava o melhor aproveitamento dos
andares térreo e tipo, com soluções de plantas mais racionais e maior
aproveitamento do espaço.
A relação
público-privado foi expressa nas soluções dos novos projetos. O tratamento dado
aos acessos principais e, em especial, ao pavimento térreo recebeu atenção dos
arquitetos da época. Havia na fachada e nas plantas da maioria dos projetos
analisados, duas grandes divisões a primeira um claro embasamento que reforçava
uma área comum do projeto. Este elemento relacionava-se com a escala e o nível
do pedestre. Era, em geral, onde estavam localizados os cinemas, lojas,
restaurantes, e bares, e em muitos casos, o acesso do automóvel. Era como se o
edifício convidasse a sociedade a conhecê-lo. Os primeiros andares eram
permeáveis ao pedestre.
Bibliografia:
Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto
histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica
hoteleira (1940 – 1960)
Nenhum comentário:
Postar um comentário