quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Arquitetura moderna e industrialização na Metrópole

A adoção da arquitetura moderna e a industrialização possibilitaram a produção de elementos em grande escala, maior agilidade e menor tempo de obra, para uma cidade que buscava um crescimento rápido e lutava contra o tempo curto estas foram as respostas necessárias para sua escolha. Deste modo, a evolução dos novos hotéis que surgiram na cidade não demorou a mostrar novidades e, sobretudo, grandes inovações.
Conjunto Nacional - Av Paulista - SP
Sobre a volumetria dos hotéis, a maioria dos novos hotéis nos anos 40 e 50 romperam o gabarito dos 10 andares e utilizaram-se de fachadas despojadas e limpas de ornamentos.
Sobre as novas fachadas, como vários projetos produzidos naquele período, a lógica de volumes sobrepostos foi reforçada, exemplos diversos surgiram na cidade: o Conjunto Nacional, o Edifício Nações Unidas e o Banco Sul Americano eram exemplos de belas edificações na cidade. Não se tratavam mais os edifícios isolados na cidade, porém volumes integrados entre si e ao ambiente urbano.
A mudança das características estéticas dos hotéis tem, a nosso ver, dois momentos distintos na cidade de São Paulo. O primeiro, visível na menor parte dos projetos evidenciava edifícios de porte menor, menor gabarito e menor arrojo no programa e na estética de suas fachadas.
A segunda fase foi mais audaciosa. Os novos edifícios romperam as alturas dos demais e muitos se destacaram no skyline da cidade e muitos representaram um momento de arrojo tanto construtivo como estético.
Sobre o programa, este foi incrementado com a adoção de usos mistos e a adoção de novas tecnologias construtivas, o que possibilitava o melhor aproveitamento dos andares térreo e tipo, com soluções de plantas mais racionais e maior aproveitamento do espaço.
A relação público-privado foi expressa nas soluções dos novos projetos. O tratamento dado aos acessos principais e, em especial, ao pavimento térreo recebeu atenção dos arquitetos da época. Havia na fachada e nas plantas da maioria dos projetos analisados, duas grandes divisões a primeira um claro embasamento que reforçava uma área comum do projeto. Este elemento relacionava-se com a escala e o nível do pedestre. Era, em geral, onde estavam localizados os cinemas, lojas, restaurantes, e bares, e em muitos casos, o acesso do automóvel. Era como se o edifício convidasse a sociedade a conhecê-lo. Os primeiros andares eram permeáveis ao pedestre.


Bibliografia: Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960)

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