domingo, 29 de julho de 2012

O Copan deveria ter um hotel na sua construção


Edificio Copan

O projeto de Oscar Niemeyer teve pelo menos duas versões. Na primeira o edifício hotel se destaca pelo desenvolvimento vertical mais acentuado enquanto a segunda é aquela em que o edifício residencial se projeta com altura maior. Em ambas alternativas o conjunto era composto por um ambasamento atravessado por uma rua interna, gerando dois volumes independentes, porém integrados no nível do terraço, de modo que moradores e hóspedes pudessem desfrutar livremente dos serviços oferecidos tanto no hotel como no conjunto residencial.
O edifício do hotel, nunca foi construído, conheceu ainda uma terceira versão, de autoria do arquiteto Henrique Mindlin. Em seu lugar foi realizado, em 1965, sob autoria de Carlos Lemos, um edif´ciio  adminstrativo para a rede central do Bradesco, que guarda relações co  o conjunto original apenas em suas proporções.
Embora os primeiros estudos tenham sido elaborados no final de 1954, o projeto foi submetido à aprovação da municipalidade em 1952, conforme documenta o Processo nº 81482/62 (folha 11). A análise feita se detém sobre os parâmetros de ocupação do terreno, correspondente a cerca de 30% da área do lote, sendo admitida para essa projeção uma altura máxima não superior a 115m (decreto – lei 41/40) O edifício atendia a esse requisito, pois sua altura se limitou a 107 m de altura. No mesmo processo observa-se que a aprovação incluía o bloco do hotel e o do Edifício de apartamentos (Copan Propriamente dito). Nos pareceres dos técnicos observam-se argumentos que acomodavam pequenos desajustes em relação aos alinhamentos na mencionada lei:
A lei nº 41 de 1940 e a art. 32 do C.O determinam construção no alinhamento, procurando impedir diversidade de solução no loteamento fracionário e irregular que se apresenta na cidade, e em consequência, sucessivos avanços e recuos, com exposição à vista das paredes laterais não recuadas; nesse projeto porquanto a edificação tomará a frente total de uma face do quarteirão, entre a Rua Araujo e Rua Vila Normanda (frente de 178m). Mais adiante npo parecer são arroladas justificativas para os pequenos recuos dos blocos no alinhamento, nesse sentido pesou a abertura da via que permitia trânsito de carga e descarga, Confrontando-se os primeiros estudos de Niemeyer e a solução final incompleta percebe-se o quanto a legislação dificultava uma solução moderna de quarteirão isolado, composto por blocos de edifícios isolados. Por outro lado, o pragmatismo da construção transformou os pilotis em rua coberta e comercial.
O edifício residencial é composto de apartamentos para atender a todos tipos de demanda das pequenas unidades, quarto e sala conjugados àqueles de grande dimensões, inicialmente prevista com 896 apartamentos e 112 lojas.

Bibliografia: Edifícios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma- Alessandro José Castroviejo Ribeiro-Tese de doutorado. 

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