Ainda no início do século
XX, implantaram-se os primeiros edifícios altos da região do Centro Novo.
Dentre eles, estavam o Hotel Esplanada (1920-1923) com sete pavimentos no Vale
do Anhangabaú, e o Prédio Glória, próximo a rua Barão de Itapetininga. Em 1936,
foi desapropriada a Chácara Sousa Queiroz, na rua São Luiz, para a construção
da Biblioteca Municipal.
Shopping Ligth - Rua Xavier de Toledo |
Outra intervenção do
período foi a abertura da rua Marconi por uma operação privada. “Os herdeiros
de Walter Seng, resolveram criar, em um grande terreno entre as ruas Sete de
Abril e Barão de Itapetininga, ponto mais valorizado do centro novo, uma via
que atraísse os usos comerciais mais prestigiosos da cidade”.
Para esta nova via, assim
como para a rua Xavier de Toledo, o ato nº 1.366, de 19 de fevereiro de 1938,
em seu artigo segundo, determinava que as fachadas deveriam se subordinar às
linhas arquitetônicas. Sendo que na rua Xavier de Toledo, assim como na avenida
São João, Rua D. José de Barros, Barão de Itapetininga e Conceição, não era
possível construir com menos de quatro pavimentos, conforme escrito nas
diretrizes do Código Arthur Saboya. Iniciava-se, assim, um período de forte
incentivo à verticalização.
Segundo Castello branco
(1989), a partir de 1938, a construção de terrenos da rua Marconi seguiu ritmo
acelerado, estando em 1943 todos os lotes ocupados. O edifício São Manoel
(1937), localizado à rua Marconi, nº 138, esquina coma rua Barão de
Itapetininga, foi o primeiro edifício construído nessa rua. Projetado pelo
arquiteto francês Jacques Pilon, tinha quatorze pavimentos. Além deste, os
edifícios Francisco Coutinho (1938), Anhumas (1938) e Ernesto Ramos (1940)
foram projeto e construção de Pilon em parceria com o engenheiro Francisco
Matarazzo Neto., que funcionou de 1934 a 1940. Nesse período, a Pilmat realizou
quatorze obras; quatro edifícios residenciais, oito comerciais e de serviço,
uma residência e a obra da Biblioteca Municipal de São Paulo.
Em 1940, Pilon fundou seu
escritório individual que no período de funcionamento, entre 1940 e 1962
realizou 187 projetos.
Em poucos anos, pos
principais empreendimentos imobiliários e comerciais da cidade iriam acontecer
nesta região da cidade que passava por fortes transformações espaciais
derivadas das obras de execução do Perímetro de Irradiação do Plano de
Avenidas. Tendo como enfoque principal a questão viária, este Plano propôs uma
nova organização para a cidade.
Com a abertura das novas
vias, o Centro Novo ganhou destaque maior na dinâmica urbana e a área
transformou-se em foco de interesse para novas construções. Prestes Maia se
utilizou desta ideia para induzir o desenho da paisagem urbana desta área ao
modificar a legislação existente.
Bibliografia:
Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os
edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)
Nenhum comentário:
Postar um comentário