Importantes
arquitetos contribuíram para a solução dos hotéis nas grandes cidades
brasileiras. O que segue é um pequeno recorte que esclarece alguns aspectos
deste percurso. O encontro da arquitetura moderna com a produção hoteleira foi
um encontro tímido e no início muito restrito. Poucos eram os projetos de
hotéis e poucos eram os arquitetos que se dedicavam aos projetos hoteleiros. No
entanto, a partir dos anos 40, com o crescimento das cidades e a necessidade de
modernização do setor, esta relação mudou e os projetos começaram a aparecer no
cenário brasileiro sendo divulgados através de concursos e artigos das principais
revistas da época.
Hotel Quitandia - Petrópolis -RJ |
Em 1940,
Oscar Niemeyer fez o projeto do Grande Hotel de Ouro Preto. Conforme descrição
de Bruand: “tratava-se de construir, no centro da capital da antiga capitania
de Minas Gerais, um edifício moderno, que correspondesse às necessidades do
turismo”... Niemeyer mantinha a ideia de uma edificação francamente moderna não
só pela técnica, como também pelos aspectos internos e externos...
Em 1944 foi a
vez de Lúcio Costa apresentar o belíssimo Hotel do Parque São Clemente, em Nova
Friburgo. O projeto como descreve novamente Bruand é: “uma obra marcante uma magnífica
demonstração das possibilidades de uma arquitetura contemporânea livre de todo
complexo ou preconceito em relação ao passado... o hotel Parque de São Clemente
é integralmente moderno tanto no espírito quanto no tratamento”...
No mesmo ano,
os irmãos Roberto apresentaram o projeto para a Colônia de Férias na Tijuca.
Do ponto de
vista econômico, a década de 40 foi um momento de grande desenvolvimento da
hotelaria brasileira. Naquela época foram construídos grandes hotéis/cassino
como o Parque Balneário, em Santos, o Grande Hotel de Poços de Caldas, o Grande
Hotel São Pedro, e o Quitandinha, em Petrópólis. Com a proibição do jogo em
1946, a hotelaria voltou a atender exclusivamente o setor de negócios e teve um
crescimento pouco significativo até meados da década de 50.
A demanda
pela produção hoteleira mostrou-se, nos anos 50, uma temática que rompeu as
pranchetas dos grandes arquitetos e encontrou nas pranchetas das Faculdades de
Arquitetura um repertório vasto para o uso de novas técnicas e posturas
estéticas.
Em 1951,
Oscar Niemayer realizou o projeto de um Hotel em Diamantina, um exemplar
arrojado da arquitetura moderna onde o uso de pilotis em forma de “V”
representou uma inovação estrutural como também na concepção das fachadas.
Ainda em 1951, Henrique Mindlin apresentou na Revista Arquitetura e Engenharia
o projeto de um hotel de luxo na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. A solução
laminar adotada neste projeto seria novamente utilizada pelo arquiteto em projeto da mesma época para
o Hotel Copan em São Paulo, projeto não realizado.
Bibliografia:
Monteiro – Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole- O contexto
histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica
hoteleira (1940 – 1960)
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